
Foto: Helena Pontes/Agência IBGE Notícias
Apesar da proibição da mistura do metanol à gasolina e ao álcool, a adulteração de combustíveis aumentou significativamente no estado do Rio de Janeiro.
Fiscalização para coibir a adulteração de combustíveis
Para coibir essa prática fraudulenta, o presidente do SINPOSPETRO-RJ – Sindicato dos Frentistas do RJ, Eusébio Pinto Neto, enviou ofício à Agência Nacional de Petróleo (ANP) nesta terça-feira(25).
No documento, ele pediu mais rigor na fiscalização para que as normas e regulamentos de segurança sejam cumpridos pelos postos de combustíveis.
Segundo Eusébio Neto, apesar da luta do sindicato para conscientizar os frentistas sobre os riscos de contaminação por produtos tóxicos, a saúde do trabalhador está ameaçada devido à ambição das empresas. Ele ressalta que o consumidor, além de ter o carro danificado, também está exposto à contaminação pelo metanol.
Postos interditados por adulteração de combustíveis
Em todo o estado do Rio de Janeiro, 18 postos de combustíveis foram interditados no primeiro semestre devido à comercialização de combustíveis adulterados. Em alguns estabelecimentos, as análises laboratoriais mostraram a presença de 81,2% de metanol no combustível.
De acordo com as diretrizes da ANP, a adição de metanol no combustível em quantidades superiores a 50% deve ser punida de acordo com a Lei Federal 9.847/1999, o que aumenta a multa em 2.000%. Nesse caso, a multa pode ser superior a R$ 100 milhões.
Ilegalidade
O uso do metanol como combustível é considerado ilegal devido à sua elevada toxicidade. Ao contrário do benzeno presente na gasolina, que também é tóxico, o metanol é absorvido de forma mais rápida pelo organismo. Um simples contato com o metanol, que está presente no combustível, pode causar intoxicação.
O envenenamento pelo produto pode causar dor de cabeça, náusea, vômito, cegueira e até a morte. A exposição prolongada ao metanol também afeta o sistema nervoso. Em casos mais severos, há danos em órgãos como o fígado e os rins. O risco depende do contado e da quantidade inalada.
Risco
O metanol foi empregado temporariamente como combustível no Brasil, no final da década de 70, mas seu uso para esta finalidade foi extinto devido à sua ação corrosiva e efeitos tóxicos.
Denúncia
Eusébio Neto ressaltou a importância do consumidor como um agente fundamental no combate à fraude de combustíveis, uma vez que o valor cobrado na bomba é um sinal de alerta. “Quanto menor o valor, maior o risco de fraude”, diz.
Denúncias sobre irregularidades no mercado de combustíveis podem ser enviadas à ANP por meio do Fale Conosco, pelo telefone 0800 970 0267 ou pelo site.
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