Mais uma vez, os 12 mil passageiros por dia do transporte coletivo urbano de Bertioga, litoral norte paulista, correm o risco de ficar sem ônibus, a partir de segunda-feira (15).
Se a Viação Bertioga não pagar, até esta sexta-feira (12), os salários e as cestas básicas, atrasados desde sexta-feira passada (5), quinto dia útil do mês, os trabalhadores entrarão em greve por tempo indeterminado.
O impacto seria maior se não fosse período de férias escolares, o que afetaria as famílias das 2.500 crianças servidas pelo serviço escolar da rede pública.
A empresa deve também, desde 25 de junho, os vales-refeições. E está em débito com o fundo de garantia (fgts), plano de saúde e salários de férias.
Segundo o vice-presidente do sindicato dos trabalhadores em transportes rodoviários de Santos e região, José Alberto Torres Simões ‘Betinho’, os atrasos “já se tornaram rotina”.
De fato, os trabalhadores quase entraram em greve, em 17 de junho, o que só não aconteceu porque a empresa pagou, nos dias 13 e 14, o que devia aos empregados.
Eles estavam sem receber os salários e a cesta-básica desde 7 de junho, quinto dia útil do mês. E sem o vale-refeição desde 25 de maio. “Exatamente como agora”, reclama o sindicalista.
Conforme a lei de greve
Segundo o secretário-geral do sindicato, Eronaldo José de Oliveira ‘Ferrugem’, que fez assembleia da categoria na segunda-feira (8), o edital de aviso aos usuários e autoridades foi publica nesta quinta (11).
“O sindicato faz tudo conforme a lei de greve (7783-1989) para não haver problema na Justiça do Trabalho”, explica o sindicalista. “Para evitar que a corda rebente do lado mais fraco”.
A assembleia condicionou a suspensão da greve ao pagamento dos atrasados.
Serão paralisadas sete linhas municipais, com 27 ônibus, e os 25 veículos do transporte escolar.