PUBLICADO EM 28 de out de 2022
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Atividade física preserva cognição durante envelhecimento

Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida. Foto: Hectos Santos, prefeitura RJ

Estudo comparou cérebro de idosos ativos e inativos, detectando maior volume em 48 áreas e estruturas entre aqueles que acumularam tempo igual ou superior a 150 minutos de atividade física por semana

Uma pesquisa da USP feita com 45 pessoas com idade entre 60 e 65 anos, mostrou que aqueles que se mantinham ativos apresentaram maior volume cerebral (considerada uma característica positiva para efeitos cognitivos) em comparação aos sedentários. Das 71 áreas cerebrais analisadas, houve diferença significativa no volume intracraniano em 48 áreas/estruturas entre os que, durante suas rotinas diárias, acumularam tempo igual ou maior que 150 minutos de atividade física por semana quando comparados àqueles que acumularam menos de 150 minutos. Uma das áreas impactadas foi o lobo frontal, responsável pela elaboração do pensamento, planejamento, programação de necessidades individuais e emoção. A diferença dessa região foi em torno de 8%.

O processo de envelhecimento é acompanhado por uma redução do volume cerebral total. Trata-se de uma situação natural, mas que também pode ser agravada por problemas cognitivos e doenças neurológicas fazendo com que a perda seja ainda maior. “Quando a redução do volume cerebral é maior que o esperado para a idade, esta condição está associada à perda cognitiva e à demência”, explicou ao Jornal da USP Lucas Melo Neves, autor da pesquisa.

A prática regular de atividade física, além de melhorar a capacidade cardiorrespiratória, promover o fortalecimento muscular e prevenir doenças associadas ao sedentarismo, faz bem ao cérebro de idosos. Outros trabalhos científicos já haviam mostrado a importância da atividade física para evitar a atrofia cerebral, porém, a pesquisa atual expandiu esse conhecimento.

Aumento do volume cerebral está ligado à saúde cognitiva

Um maior volume cerebral está associado a um melhor desempenho cognitivo, ou seja, processamento de informações, raciocínio, atenção e memória. A medição da massa encefálica é feita em centímetro cúbicos, porque trata-se de uma medida dos exames de ressonância magnética, um dos instrumentos utilizados para estimar o volume do cérebro e diagnosticar problemas de cognição e doenças como o Alzheimer e acidente vascular cerebral (AVC).

Estudos anteriores já mostraram que diminuições de até 30% no fluxo sanguíneo cerebral em adultos de meia-idade até a idade avançada parecem estar correlacionadas com a atrofia cerebral. A redução do fluxo sanguíneo no cérebro limita a disponibilidade de oxigênio e aumenta o estresse oxidativo e a inflamação nos neurônios, que estão relacionados à morte dos neurônios e diminuição de sinapses (região responsável por realizar a comunicação entre dois ou mais neurônios). Além disso, fatores de risco relacionados à saúde, como condições mentais (por exemplo, transtorno depressivo maior, comprometimento cognitivo leve e demência), obesidade e outras doenças não transmissíveis, parecem exacerbar a perda neuronal, a atrofia cerebral e o declínio cognitivo em ambos os sexos entre adultos de meia idade e idosos.

Fonte: Jornal da USP

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