Bolsonaro recebeu nas últimas semanas dirigentes do PP, PL, Republicanos e PSD. Como o Congresso em Foco mostrou na segunda-feira (20), as conversas envolvem negociações de cargos. Foi prometida ao PP, por exemplo, uma das vice-presidências da Caixa e o comando do Fundo Nacional de Desenvolvimento para Educação, órgão do Ministério da Educação.
A relação do DEM com o presidente está deteriorada devido aos ataques feitos por Bolsonaro ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e pela demissão de Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) do Ministério da Saúde.
A intensificação nas conversas com os partidos do Centrão é uma tentativa de Bolsonaro de construir uma base aliada no Congresso e não depender de Maia, que tem uma grande influência sobre a pauta legislativa.
Embora o partido ainda tenha dois filiados como ministros, o comando do DEM reitera diversas vezes que Tereza Cristina (Agricultura) e Onyx Lorenzoni (Cidadania) são escolha pessoal do presidente e não indicação partidária.
Em entrevista coletiva para a imprensa de Salvador, o presidente do DEM, que também é prefeito da cidade, assumiu para si a tarefa de fazer a ponte entre os poderes e confirmou que foi chamado por Bolsonaro para uma reunião.
“Vou dialogar como acho que tem que ser com o presidente. Da minha parte, o objetivo é de construir pontes entre os poderes. […] Precisamos olhar para frente e ter um trabalho coordenado entre governo federal, estaduais e municipais”.
De acordo com o deputado Luís Miranda (DEM-DF), vice-líder da sigla, a conversa está prevista para acontecer na quinta-feira (23).
O encontro com o MDB vai acontecer na tarde desta quarta-feira (22). O presidente do partido, Baleia Rossi, acumula também a função de líder da sigla na Câmara e é um dos deputados mais próximos de Maia.
O discurso de Baleia seguiu a mesma linha de ACM Neto. “Precisamos de um pacto de união nacional para enfrentar a Covid-19 e seus impactos. Não é hora de disputa política nem de discursos agressivos. É hora de bom senso. A Constituição nos dá instrumentos para agir. O MDB cumprirá seu papel de buscar sempre o ponto de equilíbrio”, escreveu no Twitter na terça-feira.
A reunião desta quarta vai contar com a participação do líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM). A sigla possui as lideranças do governo no Congresso (Eduardo Gomes) e no Senado (Fernando Bezerra), mas assim como o DEM, nega indicação partidária.
Fonte: Congresso em Foco