Em assembleia na tarde desta quinta-feira (3), funcionários da Embraer decidiram entrar em greve após a empresa anunciar a demissão de 900 trabalhadores. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, a medida impede a conclusão do processo de desligamento dos empregados.
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“Os trabalhadores da Embraer aprovaram em assembleia, nesta quinta-feira, a deflagração de greve contra as demissões anunciadas pela empresa. Com isso, a Embraer fica proibida de concluir os cortes dos 2.500 trabalhadores [900 demissões somadas a 1.600 desligamentos de funcionários que aderiram a planos de demissão voluntária propostos pela empresa]. A legislação brasileira proíbe a demissão de grevistas”, diz, em nota, o sindicato.
Na assembleia, além do pedido de reversão das demissões, os trabalhadores aprovaram proposta de um teto salarial de R$ 50 mil na companhia.
Supersalários
De acordo com documento oficial da Embraer, anexado ao processo 5004564-38.2020.4.03.6103 da 3ª. Vara Federal de São José dos Campos, há três salários superiores a R$ 1 milhão por mês na empresa. Um deles chega a R$ 2.170.666,62 e é descrito no documento como sendo de um conselheiro.
Há ainda o registro de 46 salários superiores a R$ 100 mil e 127 superiores a R$ 50 mil (dados de abril).
Cálculo realizado pelo Ilaese (Instituto Latino-Americano de Estudos Socioeconômicos) mostra que a massa salarial de 170 funcionários do alto escalão da Embraer pagaria os ordenados de 2.553 trabalhadores.
Os trabalhadores também reivindicam o cancelamento de todas as demissões e estabilidade no emprego.
“A decisão já foi tomada pelos trabalhadores e será apresentada à Embraer. A deflagração da greve é um grande passo na luta em defesa dos empregos”, afirma o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos Herbert Claros.
Fonte: Com Agência Brasil