PUBLICADO EM 20 de set de 2019
COMPARTILHAR COM:

Aos 80 anos o clássico O Mágico de Oz ainda carrega lendas e mistérios sobre sua produção

Dia 15 de agosto de 2019 fez 80 anos que estreou o clássico “O Mágico de Oz” em Hollywood. No Brasil a estreia foi em 18 de setembro de 1939. O filme conta a história da jovem Dorothy, interpretada por Judy Garland, que é transportada para um lugar mágico chamado Oz, após um tornado atingir o Kansas.

Por Olivia B. Waxman

Desesperado para se equiparar ao sucesso comercial de Branca de Neve e os Sete Anões, o estúdio MGM investiu $ 3 milhões (cerca de $55 milhões hoje) na produção. E funcionou: o filme ganhou o prêmio da Academia por sua música, Over the Rainbow, e também ganhou indicação para melhor filme, melhor cinematografia, direção de arte e efeitos especiais, além de ter feito de Judy Garland uma atriz famosa. Comercialmente falando, ele fez um dinheiro decente quando foi lançado, mas fez ainda mais dinheiro depois que a CBS o levou ao ar pela primeira vez, em 3 de novembro de 1956.

Em 1967, a revista TIME afirmou que o Mágico de OZ tinha se tornado “a mais popular propriedade de filme único na história da televisão dos Estados Unidos”. O filme tinha feito Garland “uma lenda nacional”, a revista continuou.

Mas, apesar de seu sucesso comercial, alguns o consideram um filme amaldiçoado. Houve tantos acidentes sérios no set, que aqueles efeitos especiais indicados ao Oscar quase custaram aos membros do elenco suas vidas. Dos dois atores interpretaram macacos voadores batendo no chão quando os fios que os içaram no ar quebraram, a dublê da Bruxa Má do Oeste, Betty Danko, machucou sua perna esquerda quando a vassoura explodiu, são alguns exemplos.

“Alguns desses efeitos especiais nunca tinham sido feitos antes”, disse Aljean Harmetz, um ex-correspondente do New York Times, que escreveu O Making of do Mágico de Oz, que revelou o desastroso processo de filmagens. “Não havia sindicatos, naquele tempo. As estrelas e os intérpretes menores eram servos contratados para os estúdios”.

Mas nem tudo que você pode ter ouvido sobre os problemas no set é verdade. “Eu acho que tinha um fundo de verdade, mas ele foi exagerado”, diz Anne Edwards, autora da biografia de Judy Garland.

Aqui está o que é real e o que é mito em algumas das histórias mais populares:

A maquiagem deixou os atores doentes: Verdade.

Buddy Ebsen foi originalmente escalado para o papel de Tin Woodman, conhecido como o Homem de Lata, mas ele foi essencialmente envenenado pela maquiagem, que era feita de puro pó de alumínio. Nove dias depois que as filmagens começaram, ele foi hospitalizado, sentado sob uma tenda de oxigênio. Como ele não melhorava rápido o suficiente, os cineastas contrataram Jack Haley para ser o Homem de Lata no seu lugar. Desta vez, ao invés de aplicar o pó de alumínio puro, os maquiadores misturaram numa pasta e o pintaram. Ele realmente desenvolveu uma infecção em seu olho direito que precisou de atenção médica, mas acabou sendo tratável.

Margaret Hamilton – que interpretou a Bruxa Má do Oeste – se queimou, e os maquiadores tiveram que se apressar para remover sua maquiagem de cobre, para que não escorresse por suas feridas e se tornasse tóxica. Ao contrário de Ebsen, ela não foi substituída porque eles podiam ficar sem seu papel por várias semanas mais.

Um ator que interpretou um anão enforcou-se no set: Falso.

Em uma cena onde Dorothy, o Espantalho (Ray Bolger) e o Homem de Lata (Jack Harley) estão saltando pela Estrada dos Tijolos Amarelos, cantando “Nós vamos ver o Mágico, o maravilhoso Mágico de Oz”, algumas pessoas pensaram que a figura se mexendo se enforcando em uma árvore no fundo é um ator que se enforcou no set. Mas, o mais provável é que se tratava de um dos pássaros exóticos que os cineastas emprestaram do Zoológico de Los Angeles para criar um set selvagem, de acordo com o site de checagem de fatos Snopes.com. O rumor circula desde 1989, época do 50º aniversário do lançamento do filme.

Alguém pisou no Toto: Verdade.

Um ator interpretando um dos soldados da Bruxa Má do Oeste acidentalmente pulou em cima do Toto de Dorothy. O cão (uma fêmea Cairn Terrier chamada Terry) torceu o pé, e Spitz teve que arrumar um dublê canino. Terry se recuperou e voltou ao set poucas semanas depois.

Judy Garland foi molestada por atores que interpretavam anões: Provavelmente falso.

Em um livro de memórias escrito pelo terceiro marido de Judy Garland, Sid Luft, publicado postumamente em 2017, ele escreve que, depois de uma happy hour em Culver City, os atores que interpretavam os anões “fariam a vida de Judy extremamente infeliz, por colocarem suas mãos sob seu vestido”.

Harmetz diz que é verdade que os atores saíam para beber perto do Hotel Culver City, onde eles ficavam, mas ela diz que as interações deles com Garland chegaram ao nível que Luft descreveu. “Ninguém no filme viu ou ouviu sobre um anão a atacando”, diz Harmetz.

Garland realmente disse que beber era irritante, em uma entrevista no talk-show de Jack Paar, mas experts sobre a vida de Garland dizem que seu discurso retórico sobre ficar assustada pelo comportamento turbulento no set pode ter sido um desvio do dano real que ela sofria naquela época, nas mãos do estúdio. Garland tinha apenas 16 anos quando fez o Mágico de Oz, e sua luta contra depressão e desordens alimentares começaram em tenra idade, e continuaram pelo resto de sua vida. Ela alegou que os executivos do estúdio, para que ela pudesse acompanhar o ritmo exigente do show-business, deram a ela incentivos e pílulas para dormir. Seu destino foi trágico: Garland lutou contra um vício em drogas e tentou o suicídio muitas vezes, antes de morrer de uma overdose acidental, em 22 de junho de 1969, com apenas 47 anos de idade. “Se ela fosse uma criança normal, permitida a ir para uma escola normal e não viesse para a indústria até que fosse uma adulta,” diz Harmetz, “eu duvido que a tragédia que se tornou sua vida em seus últimos anos aconteceria.”

Fonte: time.com

Tradução: Luciana Cristina Ruy

Assista o trailer original do filme:

ENVIE SEUS COMENTÁRIOS

  • Marcos Tiburco dos Santos

    Bela obra

  • Camila Soares

    Sou fã do Mágico de Oz…
    Mas acho que ocorreram muitos acidentes nas gravações…E o fim da Dorothy na vida real foi muito triste.

  • Rita Gava

    Nossa tudo isso aconteceu
    Não sabia, tantos anos e refilmagens.
    Inclusive era fã dos desenhos

QUENTINHAS