PUBLICADO EM 17 de ago de 2021
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Agora é luta: metalúrgicos do Paraná lançam campanha salarial 2021

Luta  pela data base dos trabalhadores metalúrgicos do Paraná será unificada em todo o estado

A Federação dos Metalúrgicos do Paraná (FETIM) lançou na última sexta-feira (13), a campanha salarial dos trabalhadores metalúrgicos do estado. O evento, que foi transmitido ao vivo,  reuniu os Sindicatos dos Metalúrgicos de Curitiba, Londrina, Cascavel, Pato Branco, Paranaguá, Irati, Maringá e Guarapuava, todos empenhados na luta unificada para garantir reajuste nos salários e melhores condições de trabalho para a categoria no Paraná.
“Com  essa reunião estratégica, a categoria metalúrgica do Paraná dá o pontapé inicial na luta por reajuste salarial e melhores condições de trabalho. Estabelecemos  uma pauta unificada para fortalecer a luta nas  negociações salariais deste ano. Mas tudo isso só vai acontecer com a mobilização e união do trabalhador. É isso que tem que ficar claro”, diz o presidente e da FETIM, Sérgio Butka.
AUMENTO REAL BASEADO NO PIB
A estratégia dos metalúrgicos do Paraná para lutar pelo reajuste salarial será baseada na reposição da inflação mais aumento real baseado no índice do Produto Interno Bruto (PIB) e buscar fechar um acordo de dois anos.   “Usar o índice do PIB para o aumento real será o nosso parâmetro nas negociações. É uma fórmula justa já aplicada no Brasil e que vinha dando  muito certo para garantir a valorização salarial, até ser cortada pelo atual governo”, diz Butka.
MERCADO EM ALTA E MOMENTO FAVORÁVEL PARA A LUTA
Segundo o economista Cid Cordeiro, o momento para buscar aumento salarial e melhores condições é favorável no setor metalúrgico.
“O setor metalúrgico está em franca recuperação. É  o melhor momento desde 2013 pois o setor está bombando. Isso  esta acontecendo por vários fatores: as empresas encerraram o ano passado com baixo nível de estoque. Esse ano  passaram a fazer reposição e, por isso, estão a todo vapor. Outro fator é o valor do dólar que  incentiva o consumo interno das empresas no Brasil aumentando a produção. O  terceiro fator é o agronegócio que tem tido um efeito não só  na indústria de caminhões  e colheitadeiras,  mas no setor metalúrgico geral. Ou seja,  na média o setor está indo muito bem. As empresas não vão querer parar agora para não prejudicar a produção  e perder competitividade. Todos esses fatores trazem uma boa perspectiva de negociação. Então é hora da pressão para recuperar o poder aquisitivo que o trabalhador perdeu com todo o aumento do custo de vida do trabalhador esse ano”, esclareceu Cid.
 
LIDERANÇAS POLÍTICAS E SINDICAIS NO APOIO A LUTA POR MELHORES SALÁRIOS
O  ex-senador da República e ex-governador do Paraná, Roberto Requião participou do lançamento e enfatizou a luta dos metalúrgicos do Paraná: “Me inspiro no Butka, quando penso em  movimentos sociais devido a liderança que os metalúrgicos exercem nas disputas salariais que  implementam com muita garra. Não podemos aceitar o neoliberalismo econômico  que exclui. O capital pode ser bom desde que inclua o trabalhador  e o justo salário”, disse Requião.
O presidente da Força Sindical e da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), Miguel Torres também participou da reunião. Para Miguel, a iniciativa de unificar a luta, “mostra e demonstra a força e a organização dos metalúrgicos do Paraná e, diante do momento pelo qual o país passa, é preciso garantir o poder de compra do trabalhador, pois isso favorece a economia. Estamos com um índice de carestia enorme no Brasil. Os preços da cesta básica, da energia, do gás e combustíveis dispararam e na ora que se joga tudo isso nos salários se vê o peso que isso tem na renda dos trabalhadores”, falou Torres.
O sociólogo e assessor sindical, João Guilherme Vargas Neto, enfatizou a experiência da mobilização dos metalúrgicos do Paraná como uma carta na manga para a luta. “Devido às suas conquista e experiência, os metalúrgicos do Paraná são uma referencia nacional para diversas categorias do Brasil. Nessa nova campanha que se inicia, elenco cinco eixos que devem nortear  a luta: espírito de resistência, objetivos justos, a experiência do passado, a unidade da diretoria e dos Sindicatos e a aproximação com o trabalhador. São esses eixos que vão fazer com que os trabalhadores do Paraná possam obter bons resultados em suas negociações”, disse João.
A FETIM representa cerca de 108 mil metalúrgicos do Paraná, que injetam mensalmente cerca de R$ 414 milhões na economia do Estado. “Ou seja, a valorização da mão de obra é benéfica para todo mundo. Quanto mais dinheiro na mão do trabalhador, mais a roda da economia gira gerando todo um ciclo virtuoso de produção, venda e geração de empregos. Por isso, a importância da luta pela data base”, finaliza Butka.

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