PUBLICADO EM 08 de abr de 2024
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Abril Azul: mês da conscientização sobre Transtorno do Espectro Autista

Transtorno do Espectro Autista (TEA)

A sociedade precisa debater sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA)

O mês de abril tem e um significado especial para aqueles que enfrentam batalhas diárias em busca de diagnóstico precoce, tratamento e aceitação do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). O Abril Azul foi designado pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o propósito de sensibilizar a população sobre o autismo, envolver a comunidade, aumentar a visibilidade e promover uma sociedade mais consciente, inclusiva e menos preconceituosa. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 70 milhões de pessoas são autistas em todo o mundo.

Abordar este tema e compartilhar conhecimento são formas eficazes de promover a conscientização.

O TEA é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e interação social, além de padrões de comportamento repetitivos e estereotipados. Não há evidências científicas que apontem para uma causa única do autismo, mas sim para uma interação entre fatores genéticos e ambientais.

Apesar de o TEA ser classificado em diferentes manuais e organizações mundiais, é importante destacar que o autismo não é uma doença, portanto, não possui cura nem uma aparência específica.

Infelizmente, o preconceito em relação às pessoas autistas ainda é muito presente na sociedade, devido à falta de informação sobre o transtorno. No entanto, a união de famílias e profissionais que lutam pelos direitos dos autistas está gradualmente mudando essa realidade.

Diagnóstico

A psicóloga Kariny Ribeiro, especialista em Intervenção ABA (Análise do Comportamento Aplicada) para autismo e deficiência intelectual, destaca que é possível identificar os sinais nos primeiros meses de vida da criança. “Ausência de contato visual, dificuldade de rastreamento na presença de estímulos sonoros, falta de resposta ao ser chamado pelo nome e atrasos motores, como sentar e engatinhar, além do atraso na fala”. No entanto, para o diagnóstico definitivo, são considerados três critérios principais: estereotipias (comportamentos repetitivos e restritos), dificuldades de socialização e linguagem.

A especialista em Intervenção ABA, Kariny Ribeiro, ressalta que os primeiros casos de autismo foram diagnosticados na década de 30, mas somente nos últimos anos o tema ganhou mais visibilidade e se tornou amplamente discutido. “Atualmente, estudos recentes demonstram que uma em cada 36 pessoas é diagnosticada com autismo. Houve um aumento nos diagnósticos tardios, principalmente em adultos, o que não indica um aumento nos casos, mas sim diagnósticos que foram negligenciados na infância”, explica a especialista.

Desafios

Segundo a especialista Kariny Ribeiro, os principais desafios enfrentados pelas famílias, relatados em consultório, são as dificuldades para tornar os espaços inclusivos, especialmente nas escolas, onde muitas vezes falta profissionais capacitados para adaptar o ensino às necessidades da criança autista. Além disso, locais de lazer, como parquinhos em shoppings, muitas vezes não contam com profissionais qualificados para lidar adequadamente com essas crianças.

“Atualmente, as pessoas autistas têm direitos garantidos e políticas inclusivas devido à conscientização e ao engajamento da sociedade. Portanto, é importante que datas como o Abril Azul sejam amplamente divulgadas, pois precisamos nos envolver mais e nos sensibilizar com essa causa”, destaca Kariny.

O objetivo da conscientização é reduzir o preconceito e promover a inclusão e a aceitação de todos. “Devemos utilizar as ferramentas acessíveis ao nosso alcance, pois a tecnologia muitas vezes está a nosso favor. Portanto, devemos tornar a inclusão uma realidade no dia a dia, em casa, na escola e no trabalho”, acrescenta a psicóloga.

Cor azul

No autismo, a cor azul é associada a sentimentos de calma e equilíbrio para as pessoas. Isso é especialmente útil em situações em que a criança enfrenta sobrecarga sensorial. Atualmente, o autismo é simbolizado pelo símbolo do infinito colorido, escolhido e criado pelos próprios autistas, representando a neurodiversidade e as várias formas de expressão dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Cordão Girassol

Você já ouviu falar no Cordão Girassol? É um acessório que visa identificar pessoas com deficiências não aparentes. Doenças ou transtornos ocultos são mais difíceis de reconhecer à primeira vista, pois a pessoa não apresenta deficiência física evidente. Alguns desses transtornos incluem autismo, Transtorno de Déficit de Atenção (TDAH), demência, doença de Crohn, colite ulcerativa e fobias extremas. Por outro lado, o cordão de quebra-cabeça é usado para identificar pessoas com autismo.

Cordão Girassol

Cordão Girassol

O cordão girassol foi criado em 2016, em Londres, na Inglaterra, e é reconhecido por sua faixa verde com desenhos de girassóis. Já o cordão de quebra-cabeça, geralmente azul, possui uma estampa de quebra-cabeça colorido. Esses cordões podem ser facilmente encontrados em lojas virtuais especializadas em produtos para pessoas com deficiência.

Manual de Orientação sobre Transtorno do Espectro do Autismo

A Sociedade Brasileira de Pediatria, por meio do Departamento Científico de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento, disponibiliza um Manual de Orientação sobre Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) na internet.

Clique aqui para acessar o Manual na íntegra

Fontes: Agência Brasil e Sintrabor

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