Os trabalhadores da Usina Iracema (Grupo São Martinho), de Iracemápolis-SP, rejeitaram de forma maciça o acordo individual de Banco de Horas, imposto pela empresa aos seus empregados. A posição foi consolidada durante assembleias realizadas pelo Stial (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Limeira e Região) nesta terça (25).
Cerca de 80% dos empregados se manifestaram contra a forma e termos apresentados pela empresa, e a favor da negociação coletiva pelo Sindicato. A assembleia contou com o apoio da CNTA (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação e Afins), da Fetiasp (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do Estado de São Paulo) e sindicatos da região.
“Vamos solicitar que sejam suspensos os acordos individuais firmados até o momento. Banco de Horas é um tema que deve ser negociado com o Sindicato, como forma de evitar prejuízos ao trabalhador”, explicou o presidente do Stial, Artur Bueno Júnior.
A Usina Iracema já havia proposto o Banco de Horas durante a negociação da Convenção Coletiva de Trabalho em maio, tendo sido também rejeitado pelos trabalhadores. Não satisfeita, a direção da empresa deu início a um assédio individual – o Sindicato chegou a enviar um ofício à direção pedindo a suspensão da postura. Ao final, a entidade viu a necessidade de uma assembleia, para formalizar a posição coletiva dos trabalhadores sobre o tema.
“O Sindicato nunca se negou a discutir qualquer assunto com a Usina Iracema, inclusive o Banco de Horas. Estamos totalmente abertos a isto, mas sem deixar o trabalhador sozinho com a direção da empresa”, continuou o dirigente sindical.
Acordo Ruim
“O acordo de Banco de Horas imposto pela Usina Iracema só dá vantagens para a própria empresa, que deixará de pagar horas extras e seus respectivos reflexos. Além disso, faz o empregado trabalhar horas a mais para compensação, quando é do interesse dela”, pontuou o presidente do Stial.
O Sindicato orienta os empregados a não assinarem qualquer acordo individual com a empresa, e denunciar ao Sindicato se isto ocorrer. De acordo com a entidade, o objetivo deste assédio individual é acabar com a organização dos trabalhadores, com os Sindicatos e Federações, através de negociações patrão-empregado.
Fonte: Assessoria de Imprensa