A pesquisa Datafolha divulgada ontem (1º) mostra que a diferença entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) entre as mulheres se mantém virtualmente estabilizada. Apesar das tentativas da campanha do candidato à reeleição, investindo na presença ostensiva da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, Lula tem 48% do eleitorado feminino, contra 28% do presidente. Na pesquisa anterior, a vantagem de Lula entre as mulheres era de 47% a 29%.
A nova pesquisa Datafolha é a primeira a trazer os efeitos do debate de domingo entre os presidenciáveis. Possivelmente, as tentativas da campanha bolsonarista, com Michelle na propaganda para suavizar a misoginia do chefe de governo, foram neutralizadas pelo ataque à jornalista Vera Magalhães no encontro do fim de semana.
No âmbito judicial, a ministra Maria Claudia Bucchianeri, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou ontem a suspensão de propaganda eleitoral com a primeira-dama, na qual ela se dirige às mulheres nordestinas em campanha do marido. A decisão acata pedido da candidata Simone Tebet (MDB). Segundo a senadora, Michelle excedeu o tempo que teria como “apoiadora” na peça publicitária.
Estourou o tempo
A propaganda suspensa tem 30 segundos e apenas Michelle aparece nela. Porém, já foi veiculada durante esta semana. “Ao meu olhar, Michelle Bolsonaro qualifica-se tecnicamente como apoiadora do candidato representado, e sua participação, embora claramente legítima, não poderia ter ultrapassado os 25% do tempo da propaganda na modalidade inserção”, anotou a ministra na decisão.
Segundo ela, a utilização da imagem da primeira-dama “possui potencialidade de proporcionar inequívocos benefícios ao candidato representado, agregando-lhe valores inquestionáveis, de sorte que sua posição no material ora impugnado jamais poderia ser equiparada à de mera apresentadora, ou seja, de pessoa que se limita a emprestar sua voz e imagem”, anotou ainda Maria Claudia.
Eleitores voláteis de Ciro e Simone
Segundo o Datafolha, entre os eleitores de Ciro Gomes (PDT), 57% admitem que seu voto ainda pode mudar. Desses, 35% respondem que migrariam para Lula, 24% para Bolsonaro e 10% para Tebet, enquanto 10% respondem branco ou nulo.
Já entre os 48% de eleitores de Tebet que admitem mudar a escolha, 27% respondem que poderiam ir para Ciro. Dos eleitores da senadora, 21% dizem que, se mudassem, iriam para Lula.
A pesquisa foi registrada no TSE sob o número de protocolo BR-00433/2022.
Fonte: Rede Brasil Atual