Movimentos sociais, movimento estudantil e sindicatos realizaram manifestação em defesa da democracia na Avenida Paulista, nesta quinta-feira (11). As organizações, que fazem parte das frentes Brasil Popular e Povo Sem medo, e também compõem a campanha “Fora, Bolsonaro“, se reuniram no final da tarde no vão livre do Masp. No início da noite, todas as faixas da avenida sentido Consolação foram interditadas da Rua Pamplona a Consolação.
O protestos também marcam o Dia do Estudante. O movimento estudantil denuncia os cortes na Educação promovidos pelo atual governo. Além disso, é mais uma reação às ameaças do presidente Jair Bolsonaro à democracia. O atual ocupante do Palácio do Planalto ataca o sistema eleitoral e convoca novas manifestações golpistas para o dia 7 de setembro. Assim, como resposta, os movimentos progressistas devem voltar às ruas quatro dias depois, no dia 11 de setembro.
“Nós vamos lutar nas urnas no dia 2 de outubro contra o autoritarismo, a política da miséria, intolerância e ódio”, afirmou o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos (Psol-SP), candidato a deputado federal.
Do mesmo modo, Sônia Guajajara (Psol-SP), que também disputa vaga na Câmara dos Deputados, afirmou que é preciso defender e aprofundar a democracia. “A gente sabe que não existe democracia completa em uma sociedade onde o povo passa fome.”
Democracia sempre
Assim, as manifestações de hoje dão continuidade aos atos da manhã, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. O evento reuniu milhares de pessoas para a leitura do manifesto Em Defesa da Democracia e da Justiça, iniciativa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) assinada por cerca de 120 entidades civis brasileiras. Posteriormente foi lida a Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito. O documento já tem com mais de 980 mil assinaturas.
A estudante Clara Fodor, de 24 anos, acredita que os estudantes devem se aliar aos trabalhadores na luta contra o autoritarismo, por uma política “independente”. “No ato da manhã não tínhamos empresários falando sobre a fome, porque não se importam com isso. Esse é o papel do estudante, levar esses assuntos para a população”, diz.
Ela observa que a universidade por muito tempo exaltou interesses da elite. “Nosso papel como movimento estudantil é construir um espaço a serviço dos trabalhadores e do povo”, diz. Mas pondera o risco de partidarização: “Esse é um ato que está tomando rumo partidário, que tende para uma chapa que parece ser livre de qualquer crítica: Lula e Alckimin. Isso é extremamente problemático”.
“É de fundamental importância, não só no Dia do Estudante, assegurar o direito constitucional da democracia, que está ameaçado”, disse o advogado Francisco de Assis, 65 anos, da Comissão de Direitos Humanos do Sindicato dos Advogados de São Paulo.
A terapeuta educacional Marcela Azevedo, 38 anos, integrante do movimento Mulheres em Luta, destacou as ameaças às liberdades democráticas. “Sabemos que o governo Bolsonaro é inimigo das mulheres trabalhadoras e jovens. Sempre defendeu ideias retrógradas à liberdade dessa parte da população. E estamos aqui para compartilhar desse sentimento que é o Fora, Bolsonaro.”
Nas redes sociais
Pelas redes sociais, os manifestantes também divulgaram registros do ato na Avenida Paulista em defesa da educação e da democracia.
https://twitter.com/porto_noronha/status/1557837677235412992?s=20&t=kv9b4Y6sr5qbaDGK4kxbwQ
Que saudade das manifestações dos estudantes na Av Paulista! Desde 2013 eu não presenciava uma! pic.twitter.com/i1Y84wJyAs
— Claudia~ sem acento. (@Claudiah_Souza) August 11, 2022
Depois da leitura da Carta às brasileiras e aos brasileiros na faculdade de Direito do Lgo São Francisco, o palco passou a ser a Avenida Paulista em frente ao MASP.
Por todo o país houveram manifestações pela defesa do Estado de Direito.
11/8 histórico. pic.twitter.com/z79r6L7xUI— Vladimir Safatle ☀️ (@Safatle_oficial) August 11, 2022
Fonte: Rede Brasil Atual