A estabilidade nas pesquisas eleitorais para a Presidência da República, com a liderança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deve-se ao fato de que 71% dos eleitores se dizem totalmente decididos sobre o voto para presidente. Esse número desponta de pesquisa Datafolha divulgada ontem (28). Outros 28% declararam que ainda podem mudar de voto para presidente.
A pesquisa, contratada pelo jornal Folha de S.Paulo, ouviu 2.556 pessoas em 183 cidades do país entre quarta (27) e ontem. A margem de erro é de 2 pontos, para mais ou para menos. O levantamento foi registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número BR-01192/2022.
A pesquisa mostra Lula com 47%, Jair Bolsonaro (PL) com 29%, Ciro Gomes (PDT) com 8% e Simone Tebet (MDB) com 2%.
Os eleitores mais convictos são justamente os de Lula e Bolsonaro. Entre os que declaram voto no ex-presidente, 79% dizem estar totalmente decididos e 20% podem mudar. Para Bolsonaro, os índices são de 79% e 21%.
Já os eleitores de Ciro e de Tebet, em sua maioria, ainda podem trocar de candidato. Entre os que escolheram o candidato do PDT, 34% afirmam estar totalmente decididos e 65% podem mudar. Os eleitores de Tebet se dividem entre 39% de consolidados e 59% que ainda podem mudar.
O voto consolidado se relaciona também com a taxa de conhecimento dos candidatos, que é bastante alta nos casos de Lula e Bolsonaro –98% declaram conhecer o petista e 97% dizem conhecer o atual presidente. Ciro é conhecido por 86%, enquanto Tebet tem taxa de conhecimento baixa – 24%.
Alguns setores da sociedade estão convictos de suas escolhas, como os evangélicos (72%), os empresários (82%), os maiores de 60 anos (78%) e os que recebem Auxílio Brasil (69%).
Já o voto dos jovens, por exemplo, segue em disputa. Quem tem entre 16 e 24 anos se divide em 58% totalmente decididos a votar em seu candidato e 42% que ainda podem mudar.
As mulheres também estão menos convictas em relação aos homens. Os eleitores homens estão 76% decididos e 24% podem mudar. Já as mulheres estão 67% decididas e 33% podem mudar.
Reprovação ao governo
A pesquisa também mostra que Bolsonaro tem seu governo reprovado por 45% dos brasileiros. É o pior desempenho de um postulante à reeleição a esta altura do mandato desde que o instrumento foi criado, em 1997. A reprovação oscilou negativamente desde o levantamento anterior, de 22 e 23 de junho.
Naquela aferição, Bolsonaro tinha 47% de avaliação ruim ou péssima. Achavam o governo ótimo ou bom 26%, índice que oscilou para 28% agora. Seguem achando a gestão regular 26%.
A avaliação de governo é importante para medir as chances na eleição presidencial. O presidente tem 53% de rejeição como candidato, a maior entre os postulantes.
Com informações de Carolina Linhares e Igor Gielow, da Folha de S.Paulo
Fonte: Rede Brasil Atual