Sobre as eleições presidenciais no Brasil: em debates no Facebook (fui solenemente bloqueada por um ex-colega que defende uma candidatura muito específica da esquerda e que, aparentemente, não quer o contraditório manchando o otimismo de suas postagens) e no Whatsapp tenho defendido uma posição: a defesa da candidatura do ex-presidente Lula. Penso, todavia, que o mal da fragmentação já está feito e que tal defesa se coloca mais como crítica do que como algo real e que de fato poderá se concretizar.
Por Carolina Maria Ruy
Assisti ontem, em casa (não fui ao cinema para isso, que fique registrado), o filme “A Lei é Para Todos”. Aquele filminho sobre a Lava Jato. É ridículo, como era de se esperar. Descarada propaganda anti-PT. Despolitizado e descontextualizado, mostra um Lula totalmente falso, ranzinza, velho, maldoso. Tudo o que ele não é. E, por outro lado, investigadores, policiais, promotores e juízes simpáticos, humanos, serenos e, sobretudo, comprometidos em “salvar o Brasil”. Nada mais falso, nada mais ridículo. Penso nos atores que se prestaram a representar papéis no filme. Eles não precisavam se queimar. Nem vale a pena comentar. Mas, enfim, o filme mostra a visão que eles, a classe A, a elite rentista e empresarial, vendem como verdade em seus tradicionais meios de comunicação. E é o que estamos enfrentando nestas eleições.
Estamos enfrentando um vale-tudo político. A situação não é de normalidade. É de urgência. Ideal seria que tivéssemos um debate entre diversos candidatos, partidos e programas de esquerda. Mas não é assim. A realidade é que o Lula é o único candidato competitivo deste campo.
E, desta forma, não entendo porque a esquerda não se fechou em torno dele, apoiando-o como candidato. Se os partidos e movimentos sociais se unissem, como já ocorreu durante os governos do PT, poderíamos fazer uma pressão muito maior, com manifestações e movendo recursos, por sua candidatura.
Existe uma crítica legítima e procedente quanto à relação entre o Partido dos Trabalhadores, sobretudo quando esteve no governo federal, e os partidos aliados, de esquerda, como PCdoB, PDT e centrais sindicais que não são a CUT. Grosso modo, o PT muitas vezes foi exclusivista, egocêntrico e, digo até, muitas vezes esnobou aliados fiéis e de boa qualidade enquanto deu grande força a partidos e políticos com os quais não se alinha ideologicamente, como o PMDB, mesmo quando tinha força e poder o suficiente para reverter isso.
Mas o que está em jogo agora não é o exclusivismo do PT. É sair desse buraco obscurantista em que caímos muito por causa de erros da esquerda.
Por isso considero que foi um grande erro dos partidos PCDOB, PSOL, PDT, se fragmentarem em várias candidaturas. Cada candidato individualmente tem boas propostas e programas sociais. Mas não tem capital político para chegar lá.
Se a intenção for aumentar a bancada de parlamentares, creio que o esforço não valerá a pena. Isso porque o contexto de recessão econômica, desemprego, aumento da violência e da repressão favorece candidatos mais conservadores, que proponham medidas “duras”.
Justificativas ideológicas e malabarismos retóricos não nos salvarão, objetivamente falando. Mas, como já disse, dado o avançado do caso, minhas ponderações sobre a candidatura do Lula figuram mais como crítica do que como proposta.
Após o leite derramado penso que a melhor proposta é apostar em um candidato viável (que tenha chance de ganhar), que componha com o campo progressista e com quem exista a possibilidade de diálogo. É isso ou esperar por um segundo turno entre o Bolsonaro e o dono da Riachuelo.
Carolina Maria Ruy é coordenadora do Centro de Memória Sindical
Edinalva onezio
Concordo ,nao entendo como as pessoas vivem como zumbis…repetem. coisas maldosas cheio d odio sobre um governo q mais fez p.classe menos favorecida…apoiando o caos q aflora o pais….como ipnose.