Ontem, 10 de novembro, cerca de 50 mil servidores públicos municipais estiveram na frente da Câmara Municipal de São Paulo com o objetivo claro, dizer não ao Sampaprev 2.
Este projeto altera dois itens que geraram as manifestações dos trabalhadores e a greve, que são a cobrança de uma contribuição de 14% nos benefícios de aposentados e pensionistas que recebem acima do salário mínimo (R$ 1.100 atualmente) e abaixo do teto do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) que atualmente é de R$ 6.433,57 e o aumento na idade para aposentadoria. Homens foram de 60 para 65 anos e mulheres, de 55 para 62 anos.
O Projeto de Emenda à Lei Orgânica (PLO) nº 07/2021 foi encaminhado pelo prefeito Ricardo Nunes e ontem foi aprovada em segunda votação, que é a definitiva na Sessão Plenária que terminou durante a madrugada de hoje (11), por 37 votos favoráveis e 18 contrários.
O início da manifestação foi tranquilo, mas em determinado momento a Guarda Civil Metropolitana utilizou da truculência contra os servidores, com a utilização de balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. Dezenas de servidores ficaram feridos e que pode ser constatado em imagens divulgadas pela imprensa e nas redes sociais.
Em nota do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep) afirmou ser uma irresponsabilidade do presidente da Câmara, o vereador Milton Leite, que não fez nada enquanto do lado de fora os servidores estavam sendo atacados.
O vereador Fernando Holiday, mais uma vez atacou os servidores chamando-os de bandidos e justificando porque a polícia entrou em ação. Para o vereador, os servidores públicos são vagabundos.
Outro vereador, que é do MBL, assim como Holiday, foi o Rubinho Nunes que também chamou os servidores de bandidos, pois segundo ele, haviam atacado servidores da GCM.
Para o Sindsep, o PLO 07 é um absurdo e lembra que o Tribunal de Contas do Município (TCM) apresentou relatório a pedido da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e os técnicos do órgão colocaram os inúmeros problemas no PLO.
Milton Leite ameaçou abrir sindicância contra o técnico por conta do parecer não ser favorável ao PLO. “Mais uma demonstração da truculência para aprovar esse ataque a nossas aposentadorias”, diz o Sindsep.
“Nossa luta vai continuar. Vamos manter o enfrentamento contra esse governo nefasto e o combate pela reversão destes ataques à nossa previdência. Não vamos esquecer aqueles que confiscaram os aposentados e pensionistas. Vamos derrotar os inimigos do povo e dos servidores de São Paulo”, diz trecho da nota do Sindsep.
Repercussão
Deputada Estadual Isa Penna (PSOL-SP)
ABSURDO NA CÂMARA DE SP!
Os vereadores fizeram MANOBRA e aprovaram na calada da noite o #SampaPrev2. O projeto não havia sido aprovado por falta de quórum e a votação seria realizada hoje, mas os vereadores resolveram adiantar o processo e votaram novamente na calada da noite!
Deputada Federal Luiza Erundian (PSOL-SP)
O #SampaPrev2 foi aprovado na Câmara dos Vereadores de São Paulo. Não bastasse o confisco das aposentadorias de servidores, pensionistas e aposentados, desproporcional violência policial contra os manifestantes. Uma tragédia promovida por Ricardo Nunes e sua base.
Vereador Celso Giannazi (PSOL-SP)
ABSURDO! Após a brutal violência policial de hoje, o #SampaPrev2 foi aprovado na Câmara. Criminoso. Repugnante. Nefasto. Não há adjetivos suficientes para descrever o CRIME que acaba de ser cometido contra os servidores municipais.
Deputado Estadual Carlos Giannazi (PSOL-SP)
De forma covarde e violenta, o #Sampaprev2 foi aprovado na Câmara de SP. O projeto de Nunes confisca aposentadorias, precariza o serviço público e ataca direitos dos servidores municipais. Vamos judicializar! A luta não termina aqui.
Vereadora Erika Hilton (PSOL-SP)
Hoje enquanto falava sobre o absurdo que é o projeto do Sampaprev, servidores públicos foram violentamente reprimidos na manifestação pacífica que faziam em frente a Câmara! Servidores que trabalham para a cidade de São Paulo são tratados assim pela prefeitura!
com informações da CUT
Fonte: Redação Mundo Sindical