PUBLICADO EM 02 de set de 2021
COMPARTILHAR COM:

Queda na produção industrial é resultado do desemprego e inflação

A produção industrial apresentou queda de 1,3% na passagem de junho para julho, após retração de 0,2% no mês anterior. Com o resultado, a indústria acumula queda de 1,5% em dois meses, após alta de 1,2% em maio. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada hoje (2) pelo IBGE. No ano, a indústria acumula alta de 11% e, em doze meses, de 7%. Com o resultado de julho, a produção industrial ficou 2,1% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020.

Queda no setor de bebidas impactou resultado de julho. Foto: Nicolas/Flickr

Entre as grandes categorias econômicas, houve quedas em bens de consumo duráveis (-2,7%) e bens intermediários (-0,6%), com a primeira marcando o sétimo mês seguido de queda e acumulando nesse período (perda de 23,4%) e a segunda recuando 3,2%, no quarto mês consecutivo de queda. Os setores de bens de capital (0,3%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (0,2%) tiveram resultados positivos, com o primeiro marcando a quarta expansão seguida (total de 5,9% no período) e o segundo devolvendo pequena parte do recuo de 1,7% em junho.

“Em linhas gerais, o comportamento de julho não difere muito do que a gente vem observando ao longo desse ano, já que dos sete meses, em cinco houve queda”, explica André Macedo, gerente da pesquisa. De acordo com Macedo, esse resultado permanece ligado aos efeitos da pandemia da Covid-19. “No início do ano, houve fechamento e restrições sanitárias maiores em determinadas localidades, que afetaram o processo de produção. Com o avanço da vacinação e a flexibilização das restrições, a produção industrial agora sente os efeitos do encarecimento do custo e do desarranjo de toda cadeia produtiva”, observa, lembrando que em janeiro de 2021, a produção industrial chegou a estar 3,5% acima do patamar pré-pandemia.

Os efeitos da demanda doméstica também contribuem para o resultado. Uma das influências negativas mais importantes da produção industrial de julho foi do setor de bebidas, que caiu 10,2%, interrompendo três meses de taxas positivas consecutivas, quando acumulou alta de 11,7%. Outro setor que pressionou o resultado foi de produtos alimentícios, com queda de 1,8%, a segunda seguida, acumulando perda de 3,8%.

Há dificuldade das pessoas em obter emprego, com um contingente importante fora do mercado de trabalho, a precarização do emprego e a retração na massa de rendimento, como mostrou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada na terça-feira (31) pelo IBGE, além da inflação que vem corroendo a renda das famílias e o consumo no dia a dia, conforme expôs o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado há algumas semanas pelo IBGE.

Fonte: IBGE

Leia também:

PIB fica estável no segundo trimestre e continua no patamar pré-pandemia

 

ENVIE SEUS COMENTÁRIOS

QUENTINHAS