PUBLICADO EM 21 de abr de 2021
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Professoras e professores nunca deixaram de trabalhar por vida digna para todas e todos

Quando pensamos que já vimos de tudo, aparece um Ricardo Barros (PP-PR), líder do desgoverno Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, para mostrar que sempre tudo pode ficar pior do que já está. Principalmente quando os dirigentes do país não têm nenhum escrúpulo. Mentem descaradamente sem sequer corar o rosto.

Barros, que foi ministro da Saúde de Michel Temer, sempre esteve do lado dos empresários. Chegou a cortar verbas da Justiça do Trabalho em proposta orçamentária a ser votada na Câmara porque, segundo ele, a classe trabalhadora tem direitos demais no Brasil.

Com sua mentalidade escravocrata afirmou à CNN Brasil que “não tem nenhuma razão para o professor não dar aula. O profissional de saúde está indo trabalhar, o profissional do transporte está indo trabalhar, o profissional da segurança está indo trabalhar, o pessoal do comércio está indo trabalhar, só professor que não quer trabalhar”.

Ledo e Ivo engano diria o escritor Luis Fernando Verissimo. Quem não trabalha ou trabalha para destruir a educação pública, o Sistema Único de Saúde (SUS), a ciência, a cultura, a natureza, a indústria nacional e a vida da maioria da população é o governo que o senhor representa, deputado Barros.

O senhor foi ministro da Saúde de Michel Temer e atuou para acabar com o SUS. Imagine o combate à pandemia do coronavírus sem o SUS. A sua atuação na Câmara dos Deputados é pífia e sempre contra quem vive do trabalho.

O governo que o senhor representa corta verbas sistematicamente da educação e de todas as áreas sociais. Esse desgoverno nunca quis pagar o auxílio emergencial para que as famílias vulneráveis neste período dramático pudessem ficar em casa sem que seus familiares passassem fome. O senhor e seus pares aprovaram agora um auxílio emergencial irrisório, que não dá nem para comprar a cesta básica.

O seu desgoverno não comprou vacina, não faz nada para ajudar os setores sociais que necessitam de ajuda para passar por este momento. O governo representado pelo senhor não tem projeto de país, quer transformar o Brasil em mera colônica dos Estados Unidos.

Com isso, prejudica os pequenos produtores seja no campo ou na cidade. Esse desgoverno não cria emprego, menos ainda com os direitos determinados pela Constituição. Já temos no país mais de 15 milhões de desempregados, mais de 40 milhões em trabalho precário e outros milhões de desalentados.

Mais de 120 milhões não têm uma alimentação condizente com a necessidade. As escolas estão caindo aos pedaços. O salários das professoras e professores estão entre os piores dentre as categorias de nível similar de graduação. As dificuldades enfrentadas pelos profissionais da educação são imensas.

E como disse o humorista Diogo Almeida, pelo seu canal do YouTube, as professoras e professores muitas vezes levam materiais de casa, comprados com o seu minguado salário para a aula poder fluir.

Sob Temer, e mais ainda sob Bolsonaro, a educação está ao deus-dará. Vocês querem acabar com a educação pública em benefício de empresários da educação, sem nenhum compromisso com a qualidade. Querem tirar a chance das filhas e filhos de quem vive do trabalho de sonhar com um futuro com mais qualidade de vida.

Mas não conseguirão porque este país conta com as professoras e professores comprometidos com a infância e a juventude, com uma escola democrática, inclusiva, para todas e todos e com qualidade social.

Não conseguirão porque somos responsáveis e nem mesmo durante a pandemia que parou o mundo, os profissionais da educação deixaram de trabalhar, aliás, com o ensino remoto mal planejado e sem apoio, as professoras e professores estão trabalhando mais, muito mais, para levar um ensino de qualidade a todos os estudantes. Coisa que o senhor deputado jamais conseguirá entender.

Francisca Rocha é secretária de Assuntos Educacionais e Culturais do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), secretária de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE) e dirigente da Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil, seção São Paulo (CTB-SP).

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