Quão tristes esses tempos em que o cotidiano nos obriga a declarar “meus sentimentos” a todo momento. Não, não é uma declaração de sentimentos belos, de alegria, contentamento ou esperança, são sentimentos fúnebres, doídos, amargos. Perdas. Cônjuges, pais, filhos, irmãos, tios, primos, amigos, colegas, vizinhos, conhecidos, desconhecidos, transeuntes da saúde para a doença, da vida para a morte.
Sucumbências frente ao vírus, é verdade, mas antes consequências de “toda nossa falta de bom senso” da qual não “vamos celebrar o horror de tudo isso com festa, velório e caixão”. Infectam-se, adoecem, falecem aos milhares.
A reação? Risadas, zombarias, surtos psicóticos travestidos de “liberdades”. Não, meus car@s amig@s, hoje os meus sentimentos – que não expressam felicidade alguma – também não serão mais de sofrimento. Os “meus sentimentos”, espero que os seus também, são de sede de justiça, vontade de mudar, indignação, denúncia, combate, luta, doação. Nem que precise lutar até o último dos meus dias.
Parafraseando Che Guevara, “o verdadeiro revolucionário é movido por grandes sentimentos de amor” e é com esse amor, esse sentimento profundo, que pretendo desejar a tod@s os “meus sentimentos” e contar com cada um e cada uma para superarmos essa situação. Abraços, juntos somos fortes e unidos, venceremos!
Alex Saratt é professor de História nas redes públicas municipal e estadual em Taquara/RS, vice-diretor do 32º núcleo do Cpers-Sindicato
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ZILA REGINA KOLLING
Querido Alex, nós que estamos do mesmo lado partilhamos teus sentimentos! Somente genocidas por natureza não o fazem…