O setor de transportes foi o que mais impactou o índice na passagem de dezembro para janeiro, com avanço de 3,1%. Com esse resultado, o setor acumula ganho de 29,6% entre maio de 2020 e janeiro de 2021, mas ainda está 2,7% abaixo do patamar de fevereiro. “Ainda que o crescimento desse setor tenha sido ligeiramente menor que o dos serviços profissionais e administrativos (3,4%), o impacto dele foi maior no resultado geral. Todos os segmentos dentro do setor de transportes mostraram crescimento e esse espalhamento ajuda a explicar o resultado”, diz o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
Entre as atividades de transporte com maior crescimento estão o rodoviário coletivo de passageiros, que inclui ônibus que fazem viagens municipais, estaduais e internacionais, e o aéreo de passageiros. “Isso pode ser um reflexo do aumento da flexibilização das medidas de isolamento, com os traslados das pessoas pelas cidades brasileiras, utilizando transporte público. Talvez essas viagens sejam motivadas pela época do ano, quando acontecem as férias”, diz Rodrigo.
Além dos transportes, o setor de serviços profissionais, administrativos e complementares (3,4%) foi único a crescer em janeiro frente a dezembro. Entre junho e janeiro, esse setor já acumulou ganho de 13,9%, mas ainda não eliminou a perda de 20% entre novembro de 2019 e maio do ano passado. “O que mais chamou atenção dentro desse setor foi a expansão dos serviços técnico-profissionais, como serviços de engenharia e atividades correlacionadas a engenharia e arquitetura”, afirma o pesquisador.
Queda em outros setores
Houve queda nos três outros setores investigados pela pesquisa. A maior retração foi em outros serviços (-9,2%), que devolveu o ganho acumulado de 5,7% entre novembro e dezembro. “As perdas mais importantes desse setor vieram de corretoras de títulos e valores imobiliários. Esse segmento de serviços financeiros auxiliares tem uma característica importante, que é o pagamento de taxas de performance no mês de dezembro. Então as receitas mudam e a base de comparação é mais elevada. Isso acaba trazendo algum tipo de devolução importante no mês subsequente, que é janeiro”, explica.
Os serviços de informação e comunicação (-0,7%) perderam parte do ganho acumulado de 4,7% entre setembro e dezembro de 2020. “As quedas no mês de janeiro foram pressionadas, principalmente, pelos serviços de desenvolvimento e licenciamento de software, atividades de TV aberta, consultoria em tecnologia da informação e portais, provedores de conteúdo e ferramentas de busca na internet”, diz Rodrigo.
Já os serviços prestados às famílias tiveram retração de 1,5%, a segunda taxa negativa seguida, e acumularam no período uma perda de 5,5%. Com isso, há uma retração do avanço acumulado de 68,5% pelo setor entre agosto e novembro de 2020.
Na comparação com o mesmo período de 2020, o volume do setor de serviços recuou 4,7% em janeiro, registrando a décima primeira taxa negativa seguida para este tipo de indicador e queda em quatro dos cinco setores investigados pela pesquisa. A maior influência negativa veio dos serviços prestados às famílias (-27,6%), pressionados, principalmente, por atividades tradicionalmente presenciais, como restaurantes, hotéis e serviços de bufê.
Os outros recuos nesse indicador vieram dos serviços profissionais, administrativos e complementares (-6,7%), dos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-4,0%) e dos outros serviços (-2,2%). O único setor que cresceu em janeiro de 2021 na comparação com o mesmo período do ano anterior foi o de informação e comunicação (1,7%).
Índice de atividades turísticas cresce 0,7%
Em janeiro, o índice de atividades turísticas cresceu 0,7% frente a dezembro, quando ficou estável (0,0%). O segmento avançou 122,8% entre maio de 2020 e janeiro de 2021, mas, para retornar ao patamar de fevereiro, ainda precisa crescer 42,1%.
“Com o aumento da flexibilização e, consequentemente, aumento de movimento das pessoas nas ruas, de viagens, de almoços em restaurantes, transportes de passageiros, seja terrestre ou aéreo, o setor turístico reflete o movimento em vários desses segmentos de prestação de serviços presenciais. Ainda está distante de voltar ao patamar de fevereiro, mas dá um pequeno passo adiante”, analisa o gerente da pesquisa.
Fonte: IBGE
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