PUBLICADO EM 08 de mar de 2021
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Brasileiras enfrentam efeitos colaterais da pandemia; por Paulinho da Força

No Dia Internacional da Mulher é importante discutirmos os desafios enfrentados por elas durante a pandemia da Covid-19. Infelizmente, em toda crise econômica ou sanitária, as mulheres são sempre as mais prejudicadas e agora não é diferente.

No Dia Internacional da Mulher é importante discutirmos os desafios enfrentados por elas durante a pandemia da Covid-19. Infelizmente, em toda crise econômica ou sanitária, as mulheres são sempre as mais prejudicadas e agora não é diferente.

Na área profissional ficou evidente a desigualdade entre os sexos, tendo sido as mulheres as primeiras a serem demitidas durante a crise que afetou diversas empresas. Em alguns casos, as próprias trabalhadoras tomaram a iniciativa de pedirem o desligamento. Um dos motivos alegados era não ter ninguém para ficar com os filhos ou com os parentes vulneráveis enquanto iam trabalhar.

Escolher entre o trabalho e a vida familiar sempre foi um dilema para milhares de mulheres no mundo, especialmente as mais pobres. Em países como o Brasil, onde a desigualdade social é enorme, a realidade é ainda pior.

Para driblar o desemprego, o home office tornou-se solução para algumas categorias. Mas sabemos que não é tão fácil para as profissionais, porque elas tiveram seu trabalho triplicado. Mesmo quando são casadas, a atividade doméstica e o cuidado com os filhos, recaem sobre as mulheres. Isso penaliza ainda mais as profissionais durante a pandemia.

Já as trabalhadoras que não têm como fazer home office, como as empregadas domésticas, viram os seus empregos desaparecerem por causa do isolamento social. Com medo da transmissão do Coronavírus, muitas famílias abriram mão de seus serviços.

Todas essas barreiras encontradas pelas mulheres durante a pandemia, também são os principais fatores para o atraso de debates importantes que tratam da igualdade salarial quando homens e mulheres desempenham a mesma função e da igualdade no acesso ao mercado de trabalho. Os direitos femininos de forma geral são subjugados, causando um retrocesso histórico.

Além de afetar a vida profissional e reduzir a renda, a pandemia trouxe outras dificuldades, como: falta de creches e escolas, impossibilidade de adotar medidas de distanciamento social, já que muitas cuidam de familiares doentes ou idosos, e o aumento da violência doméstica. Este último cresceu assustadoramente em todo Brasil.

Violência

Nada pior do que os crescentes índices de violência doméstica e de feminicídio durante a pandemia. O isolamento social adotado para conter a infecção contra a covid-19 tornou-se o martírio de muitas mulheres que convivem com os seus agressores.

Os dados são alarmantes. Somente no ano passado, mais de 648 mulheres foram assassinadas em todo Brasil, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Com o isolamento social, ficou mais difícil pedir ajuda. Isso expôs ainda mais as vítimas e facilitou a ação dos agressores.

Para acabar com todas essas situações de vulnerabilidade durante a pandemia, seja ela profissional ou de segurança, faz-se necessário a criação de políticas públicas que visem beneficiar as mulheres.

Não podemos mais aceitar que as crises econômicas sejam motivos para retrocessos nos direitos femininos. Por isso, no Dia Internacional da Mulher, devemos discutir esses temas para que juntos busquemos soluções a curto, médio e longo prazo, a fim de desenvolver políticas públicas que garantam independência profissional e social das mulheres.

Feliz Dia da Mulher!

Paulinho da Força – presidente nacional do Solidariedade e deputado federal

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