A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil foi fundada em 12 de dezembro de 2007 com o compromisso de defender os interesses imediatos e futuros da classe trabalhadora. Realizado em Belo Horizonte (MG) no momento em que os EUA ingressavam na chamada Grande Recessão, o congresso de fundação da Central reuniu dirigentes de centenas de entidades sindicais rurais e urbanas.
Ao longo desses 13 anos nossa Central, orientada por concepções classistas, esteve na linha de frente das lutas do nosso povo, atuando em unidade com as demais centrais, os movimentos sociais e as forças democráticas e progressistas.
Foi destacada a participação da central na batalha unitária pela política de valorização do salário mínimo, concretizada nos governos Lula e Dilma, que resultou em aumento real acumulado estimado em mais de 70%.
Corroborando o argumento dos sindicalistas classistas, a valorização da força de trabalho estimulou a economia ao fortalecer o mercado interno e aquecer o consumo. Isto beneficiou sobretudo as camadas mais pobres e vulneráveis da classe trabalhadora e milhares de pequenos municípios cuja economia é movida pelas aposentadorias. A taxa de desemprego despencou.
Conclat
Concretizada no dia 1º de junho de 2010, a Conferência Nacional da Classe Trabalhadora foi proposta originalmente no congresso de fundação da CTB, que também levantou a bandeira de luta por um novo projeto nacional de desenvolvimento com democracia, soberania e valorização do trabalho, objetivo que orienta a agenda da classe trabalhadora aprovada na Conclat.
A CTB também se somou desde o início às forças que denunciaram e combateram o golpe de Estado de 2016, que deu início à mais feroz ofensiva do capital contra o trabalho já observada na história brasileira, enfraqueceu o movimento sindical, destruiu direitos e impôs um retrocesso inédito nas relações sociais de produção.
Resolução do Conselho Politico da nossa central alertava em maio de 2016 que estava “em curso no país um golpe de Estado, dissimulado por um processo de impeachment sem nenhuma base legal, que constitui uma séria ameaça contra a democracia, a soberania nacional, a CLT e conquistas seculares da classe trabalhadora”.
Coroado com a eleição de Jair Bolsonaro em 2018, o golpe impôs o retrocesso em todas as linhas, como alertava o conselho. Conquistas seculares da classe trabalhadora foram destruídos, a Contribuição Sindical foi extinta com o propósito de enfraquecer o movimento sindical e debilitar a resistência classista. O próprio Direito do Trabalho enquanto tal está sendo colocado em xeque hoje em dia. Mas a luta não parou.
Hoje, 13 anos após sua criação, a CTB continua fiel aos compromissos e princípios que lhe deram origem em 2007, movida pela inabalável disposição de resistir e lutar com todas as forças para derrotar Bolsonaro, barrar o retrocesso e criar condições para avançar na conquista de um Brasil mais justo, democrático, progressista e soberano.
A ofensiva neoliberal só produz miséria e fracassos. Mais cedo ou mais tarde será derrotada, conforme sugerem acontecimentos recentes na América Latina como a vitória do MAS na Bolívia, a aprovação da Constituinte com paridade de gênero no Chine e o imposto sobre grandes fortunas na Argentina. O futuro pertence à classe trabalhadora.
Adilson Araújo, presidente da CTB