A região do Pantanal bateu recorde de queimadas no primeiro semestre de 2020. Os dados do Inpe revelam que a quantidade de incêndios florestais registrados neste período é a maior desde 1998, quando as medições começaram a ser feitas pelo órgão.
“O fogo segue propagando em diferentes direções, e nós estamos aqui há 30 km de Corumbá e seguimos com vários focos, provavelmente mais de 100 focos”, afirmou ao Jornal Nacional Ângelo Rabelo, presidente do Instituto Homem Pantanal.
Por conta da temporada dos ventos no Pantanal, as fagulhas se dispersam mais rapidamente. Por conta da redução nas chuvas, até a vegetação aquática secou, o que se torna um facilitador para as queimadas.
Especialistas alertam, no entanto, que a situação pode piorar. Afinal, de agosto a outubro ocorre a chamada temporada de fogo.
Por conta dos incêndios, Bolsonaro publicou decreto que proíbe as queimadas no Pantanal por 120 dias. No entanto, desde que a decisão foi tomada pelo presidente, em 15 de julho, até esta quinta-feira (23), 673 focos de queimadas foram identificados, sendo 70% no Mato Grosso do Sul.
“O primeiro semestre de 2020 registrou os maiores valores de foco de calor para toda a série histórica que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe, tem para esse tipo de assunto. O Mato Grosso do Sul está registrando 3.623 mil focos de calor para todo o estado do Mato Grosso do Sul. Isso significa um aumento de 88% com relação ao mesmo período de 2019”, explicou Alexandre Pereira, analista ambiental do Ibama.
As queimadas não só destroem a vegetação, como ameaçam os animais, que correm risco de morte. O Jornal Nacional flagrou uma onça-pintada atravessando o rio Paraguai a nado e uma família de ariranhas se protegendo do fogo num braço do rio.
Ao serem questionados, o Ibama e a Polícia Militar Ambiental alegaram que estão realizando esforços para fiscalizar e punir crimes ambientais.