Existem cada vez mais sintomas relacionados à covid-19 por se tratar de uma doença sistêmica, ou seja, que pode se espalhar pelo corpo todo, de acordo com médicos.
Os sinais mais frequentes e geralmente iniciais ainda são os respiratórios, como tosse e falta de ar, além de febre. Mas já existem registros, por exemplo, de inflamações na pele (as chamadas dermatites), conjuntivite, perda de massa muscular e diarreia, por exemplo.
No caso da covid, o vírus se espalha pelo organismo e vai se alojando em células do corpo, provocando inflamações que podem levar à morte, explica o médico epidemiologista Guilherme Werneck, vice-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).
“Não é uma infecção restrita ao pulmão. Começa a aparecer várias outras complicações em vários outros sistemas do corpo – no coração, na pele, no fígado, no rim”, esclarece.
O especialista afirma que, além dos sintomas já conhecidos, é preciso atenção a outros sinais, principalmente em pessoas com outras doenças ou mais idade.
“A vasta maioria (dos casos) começa com uma infecção respiratória. Mas existem relatos de pessoas que não apresentam sintomas respiratórios iniciais e já apresentam, por exemplo, diarreia, náusea, vômito. Então é preciso ficar atento também para outras manifestações”, diz.
Conforme o médico Farid Buitrago, uma das grandes complicações pode ser a embolia, que é a obstrução da passagem de sangue nas veias. Isso pode levar o doente, por exemplo, a um infarto.
“A trombose geralmente forma uma área de dor, costuma doer. É difícil identificar, porque a trombose mais comum é a pulmonar. Mas quando acontece nas pernas, por exemplo, a perna começa a doer muito”, explica.
Farid afirma que, quando há sinais de embolia, é preciso procurar ajuda médica imediata. O outro sintoma que acende o sinal de alerta para sérios riscos é a falta de ar. “Quando a pessoa começa a ter falta de ar, dificuldade respiratória, é sinal que a doença está se agravando”, diz o médico.
Oficialmente, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) — agência dos Estados Unidos para proteção da saúde pública e segurança da população — considera 12 sintomas com relação confirmada com o coronavírus.
São eles: febre, calafrios, tosse, dificuldade de respirar, cansaço, dores musculares, dor de cabeça, dor de garganta e perda de olfato e paladar, congestão nasal, náusea e diarreia.
Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) catalogou dez sintomas: febre, tosse seca, cansaço, dores no corpo, dor de garganta, diarreia, conjuntivite, dor de cabeça, perda de paladar ou olfato e erupção cutânea na pele ou descoloração dos dedos das mãos ou dos pés.
O órgão mundial de a saúde recomenda que, para sintomas menores, como tosse ou febre leves, a pessoa fique em casa, em autoisolamento e monitore os sinais. Em caso de dificuldade de respirar ou dor/pressão no peito, a recomendação é para que procure atendimento médico imediato.
Fonte: Brasil de Fato | Brasília (DF)