A atual situação política brasileira nos coloca diante de novos desafios. O primeiro deles é combater o avanço da Covid-19 e salvar vidas, e nesse momento registro as minhas condolências às famílias enlutadas. Na sequência, vem o respeito à Constituição Federal para que a democracia seja preservada. A paz social deve ser cultuada. Da mesma forma, ser cultuado o respeito às instituições e o valor do diálogo. Assim, juntos encontremos o rumo certo para superar as ameaçadoras crises sanitária, política e econômica.
Neste cenário de incertezas que o Brasil enfrenta hoje, não bastasse lamentarmos os mais de 60 mil mortos pelo novo Coronavírus e cerca de um milhão e meio de contaminados, temos de combater novas formas de afronta aos direitos, aos empregos e aos salários dos trabalhadores, ameaças surgidas a pretexto de se combater a pandemia.
Experiências
Como dirigente sindical comerciário e deputado federal, ao lado dos meus pares no sindicalismo e no Congresso Nacional, diante deste cenário sombrio da política nacional, temos algumas experiências que devem ser comemoradas e ampliadas. As assinaturas de Acordos Coletivos de Trabalho, frente à MP 936, por exemplo, reforçam as nossas lutas contra mais mazelas para os trabalhadores. Os embates na Câmara contra a própria MP 936 e a MP 927 fortalecem as nossas ações para evitar impactos ainda piores da pandemia sobre a vida e a renda da classe trabalhadora.
Foi o movimento sindical que lutou e saiu vitorioso na definição do valor do auxílio-emergencial de R$ 600,00. É a bancada trabalhista de deputados que tem liberado recursos para os municípios enfrentarem a crise do novo Coronavírus. A apresentação de emendas e de projetos de lei, por mim formulados (como EPIs com isenções, acordos para alugueis comerciais e residenciais e FGTS) também reafirma o nosso compromisso de proteger os nossos cidadãos e as nossas cidadãs dos efeitos desta conturbada crise na saúde, agravada pela instabilidade política nacional.
Eleições
Em novembro de 2020, teremos eleições municipais, mais um caminho para a mudança. É hora de se criar uma frente nossa para elegermos o maior número de prefeitos, vices e vereadores; homens e mulheres. O sindicalismo comerciário paulista, agrupado nos 71 sindicatos filiados à Federação dos Comerciários do Estado de São Paulo, conta com o seu movimento político denominado “Corrente Comerciária”. Neste ano, somente entre comerciários já são 17 candidaturas a prefeitos e vereadores. Novas adesões são bem-vindas. Criamos a “Corrente Comerciária” em 2012 para começarmos a praticar a boa política. Nas eleições municipais de 2016 recebemos 613.408 votos em todo o Estado. Elegemos 28 prefeitos, 17 vice-prefeitos e 86 vereadores. No total foram 131 eleitos!
Faço estas observações porque considero que a reconstrução do nosso abalado quadro político encontra o seu primeiro passo nos municípios. Sou um deputado federal municipalista! É nos municípios que as coisas acontecem. Nos municípios está a retomada do crescimento econômico brasileiro, com a indústria produzindo, o comércio vendendo e empregos sendo gerados. Da mesma forma, estaremos dando a nossa contribuição para recuperar a tão desgastada imagem da política brasileira, elegendo bons políticos e exercendo a boa política, colocando os nossos mandatos a serviço da melhoria da vida das pessoas.
Luiz Carlos Motta é Presidente da Fecomerciários