Apesar do avanço da legislação, com as Leis Maria da Penha e do Feminicídio, a violência contra mulher no Brasil ainda é elevada. O ciclo de violência, que muitas vezes leva a morte, precisa ser interrompido e as ações de combate precisam ir além da repressão e da punição dos agressores.
Isto porque a violência contra a mulher ultrapassou o portão de casa. É mais que um problema entre marido e mulher. É um problema social, de saúde pública, é um problema de todos. O Sindicato tem recebido denúncias de companheiras em condição de violência doméstica, e as auxiliado a respeito. Além de manter o nosso compromisso com a informação e da disseminação da discussão sobre o tema.
Defendemos que não só as discussões sobre a violência, mas também sobre o enfrentamento à naturalização dos crimes contra as mulheres ganhem ainda mais espaço. Elas devem acontecer nas nossas casas com a família e amigos. Dentro das fábricas, nos bares…
A sociedade precisa entender de uma vez por todas que o machismo, o alcoolismo,o ciúme,o comportamento da mulher, sua decisão em não seguir um casamento ou qualquer atitude sua, não são motivos, ou justificativas socialmente aceitas para que as mulheres continuem a sofrer violência. A mulher não pode ser colocada num lugar de submissão e menor poder em relação aos homens.
Precisamos de mais empatia, precisamos de maior engajamento e comprometimento das instituições, governos e da sociedade para que o combate a todas as formas de violência contra a mulher seja um compromisso de todos e todas, e que o lema “Nenhuma a menos” finalmente se torne realidade. Precisamos lutar para de fato conquistar uma vida justa, digna e livre para todos e todas. Seguiremos juntas até que sejamos, de fato, livres.
Gleides Sodré é diretora do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região