Em média, foram 541 horas a mais por ano, cerca de 68 dias trabalhados em uma jornada de oito horas dedicadas apenas a tarefas do lar. Se fosse um emprego de segunda a sexta-feira, as mulheres teriam trabalhado três meses a mais que os homens.
Além da rotina da casa, as mulheres enfrentam pressão por falta de creches. Muitas, sem ter um local seguro para deixar os filhos, precisam abrir mão do emprego. A pesquisa revela que 41% das entrevistadas cujos filhos de até 3 anos não tiveram acesso a creches trabalhavam, enquanto 67% daquelas com todos os filhos na creche tinham trabalho remunerado.
Outro velho problema voltou a ser apontado pelo Dieese: a diferença salarial entre os gêneros. Em média, as mulheres ganham 22% menos que os homens — a média é de R$ 2.495 ante R$ 1.958. Entre as com ensino superior a disparidade é ainda maior: elas têm renda 38% menor que homens com a mesma formação, ou R$ 6.292 ante R$ 3.876.
Mulheres em cargos gerenciais e de diretoria ainda são minoria: quatro posições entre dez são ocupadas por elas. Em média, eles ganham R$ 40 por hora, enquanto elas recebem R$ 29 — diferença de 29%. Os estado campeão em desigualdade salarial é Mato Grosso do Sul, em que o índice médio é de 30%, e o mais igualitário é Amazonas, onde o índice é de 5%.
Desemprego e aposentadoria
O desemprego também é maior entre as mulheres: a taxa de desocupação total entre elas é de 13,1%, enquanto entre os homens é de 9,2%. Quando o chefe de família é uma mulher, os números são menores em ambos os casos, mas a diferença entre os gêneros chega ao dobro: 10,2% para as mulheres ante 5,1% para os homens. No Rio de Janeiro, a taxa de desocupação feminina é de 16,7%.
Como os rendimentos ao longo da vida são inferiores ao recebidos pelos homens, a contribuição das mulheres para a previdência também é menor, o que impacta na aposentadoria. Em média, elas ganham 17% menos que os homens — R$ 2.051 ante R$ 1.707.
FONTE: Uol