As professoras e professores da rede oficial de ensino paulista paralisarão as atividades nesta terça-feira (3) e comparecerão à Assembleia Legislativa de São Paulo para protestar contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 18, do governo João Doria, que aumenta a contribuição previdenciária de 11% para 14%.
A reforma da previdência paulista já foi aprovada em primeiro turno e para virar lei precisa passar por segunda votação. Esta é a nossa chance de barrar essa reforma que nos obrigará a trabalhar aproximadamente 10 anos a mais do que a lei em vigor determina para a nossa merecida aposentadoria. Querem que a idade mínima das professoras passe de 50 anos para 57 e dos professores de 55 anos para 60, com tempo mínimo de contribuição de 25 anos para todos os sexos.
Ou vamos à luta agora ou poderá ser tarde demais. O presidente Jair Bolsonaro dá mostras de pretensões ditatoriais e propaga manifestação a favor de seu governo, pelo fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.
Ele quer governar sem oposição e sem ter que prestar satisfação a ninguém. Não podemos permitir. Se com as instituições funcionando, ele já ataca as professoras e professores, assim como jornalistas e artistas, imaginem se não tiver ninguém para controlar seus ímpetos beligerantes.
E como as centrais sindicais agendaram uma séria de protestos contra esse governo entreguista e antipovo, a nossa manifestação do dia 3 servirá também como esquenta para o 8 de março – Dia Internacional da Mulher –, quando as mulheres lotarão as ruas de todo o país em defesa da democracia e da igualdade de gênero.
Esse dia é o começo dos protestos que tem greve da educação marcada para o dia 18. “Em cada traço que rabisco no papel/Vou desenhando o meu destino/No horizonte vejo um novo alvorecer/Ao mestre meu respeito e carinho/É nova era, o futuro começou/É tempo de paz, resgatar o valor”, dizem os versos do samba enredo da escola de samba Águia de Ouro, campeão do Carnaval paulistano deste ano, “O Poder do Saber! Se Saber É Poder, Quem Sabe Faz a Hora, Não Espera Acontecer”.
Vamos à luta já!
Francisca Rocha é secretária de Assuntos Educacionais e Culturais do Sindicato dos Professores de Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), secretária de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE) e dirigente da Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil (CTB-SP).