PUBLICADO EM 30 de jan de 2020
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Meia entrada para os estudantes é uma conquista de direito

Propor acabar com a Meia Entrada é uma vergonha. Mais um projeto de RETIRAR direitos que o Governo quer levar adiante.

Mas se liga na história da meia entrada e como ela beneficia os estudantes. E exatamente porque o governo quer acabar com ela.

A história começa na década de 1940, quando, através da União Nacional dos Estudantes (UNE), estudantes se organizaram para exigir descontos nos ingressos de eventos culturais e de lazer. Afinal, para um estudante é muito mais difícil pagar o valor completo, o que afastava os jovens desses eventos.

Com a pressão dos estudantes a meia entrada foi conquistada. E por ser entidade legítima de representação nacional dessa categoria a UNE passou a ser responsável pela emissão das carteiras, e os recursos de sua venda utilizados para organizar a entidade.

Depois Centros Acadêmicos, DCEs, a UBES e os Grêmios também passaram a emitir a carteira.

Mas na Ditadura Militar, com vistas à diminuir a força das entidades estudantis, o regime passou essa responsabilidade para escolas e universidades. O que ampliou o nível de falsificações.

Após a reconstrução da UNE e outras entidades em 1979, as organizações estudantis retomam a responsabilidade de emitir a carteira e reforçam a verificação do status de estudante para reduzir a falsificação e garantir de FATO a meia entrada.

Mas em 2001, também para retaliar as entidades estudantis, o governo FHC, que enfrentava manifestações de estudantes, publica uma Medida Provisória que libera pra que qualquer documento servisse como declaração para Meia Entrada. As falsificações voltam a ocorrer exponencialmente.

Com um número absurdo de falsificações, qualquer pessoa buscava o acesso a Meia Entrada, o que fazia com que os eventos dobrassem o valor para manter seus lucros. A meia passa a ser a inteira, e a inteira o dobro. Efeito causado pelo ENORME CONTINGENTE DE FALSIFICAÇÕES.

Em 2013 as entidades estudantis conseguem conquistar o Estatuto da Juventude e a Lei Geral da Meia Entrada. Que revogam a MP de FHC e regulamentam novamente esse direito.

Desde então há uma luta ferrenha contra a falsificação e uma diminuição contínua desses casos.

Não vamos cair nesse conto do vigário de Bolsonaro. A Meia Entrada é fundamental, buscamos garantir o direito, enquanto eles buscam atacar as entidades estudantis descaradamente.

Iago Montalvão, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE)

 

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