Por Paulo Passos
Mais uma vez, na manhã desta quarta-feira (22), desempregados da baixada santista e litoral paulista protestaram, em Cubatão, pela abertura de vagas no mercado de trabalho.
A concentração, com apoio do sindicato dos trabalhadores na construção civil, montagem e manutenção industrial (Sintracomos), começou por volta das 9 horas.
Foi na Praça Getúlio Vargas com a avenida Joaquim Miguel Couto, diante do escritório do centro das indústrias do estado de São Paulo (Ciesp), onde os manifestantes protocolariam um documento.
Com apoio também dos sindicatos dos metalúrgicos e petroleiros, a comissão dos desempregados estabelece como prioridade, no documento, a contratação de jovens e trabalhadores acima dos 50 anos.
A preferência pela chamada carteira ‘branca’ de trabalho, referente ao primeiro emprego, é um dos destaques das reivindicações, segundo o diretor do Sintracomos Ramilson Manoel Elói.
“O jovem sai de cursos técnicos do Senai e do próprio Sintracomos e precisa de oportunidade para praticar profissionalmente o que aprendeu nas aulas”, explica o sindicalista.
Ramilson pondera ainda que os trabalhadores de idade mais avançada necessitam de oportunidades até para completar o tempo de contribuição para a aposentadoria.
O diretor assistencial do Sintracomos lembra que também os portadores de deficiência física precisam de um percentual nas vagas eventuais. O documento foi protocolado nesta quinta-feira (23).
Neoliberalismo e o desemprego
O presidente do Sintracomos, Macaé Marcos Braz de Oliveira, que se reuniu com a direção do Ciesp, após o protesto, diz que “a luta reflete a grave crise que assola o país e boa parte do mundo capitalista”.
“Estamos na iminência de uma grande quebra da economia ocidental, causada pela concentração financeira em detrimento do capital produtivo, gerando desindustrialização e desemprego”, diz ele.
Para Macaé, “esse é um dos motivos dos trabalhadores estarem se levantando, em diversos países, contra o neoliberalismo causador de mazelas como miséria e fome”.
O diretor financeiro do Sintracomos, Geraldino Cruz Nascimento, lembra que outro pleito da comissão dos desempregados é a aplicação de uma tabela salarial única em todas as empresas.
“Não tem cabimento”, diz ele, “trabalhadores exercerem a mesma função em diferentes chãos de fábricas e receberem salários diferentes. A tabela única é para corrigir a anomalia”.
O movimento objetiva ainda impedir que as poucas vagas nas empresas e empreiteiras sejam preenchidas por trabalhadores de outras regiões e estados.