Duas preocupações, uma estratégica e outra tática, devem orientar as mentes dos dirigentes sindicais neste início de 2020.
A primeira delas e sobre a qual pouca relevância tem a vontade pessoal de cada um, é sobre o destravamento da economia e seus efeitos sobre o desemprego.
Há sinais evidentes de voo de galinha com indicadores contraditórios. No entanto, qualquer que seja o cenário, desde que não aconteça o pior, pode-se pensar em um relaxamento das preocupações da massa dos trabalhadores.
O emprego conquistado tem incidência exígua e características medíocres com grande informalidade e deterioração crescente de salários, mas servirá de colchão social e de base para as demagogias antissindicais do governo.
A confirmar-se este quadro crescerá a necessidade de luta contra a dessindicalização que não deverá desprezar o efeito imediato de um alívio na situação dos trabalhadores.
A outra preocupação que dependerá, esta sim, da vontade pessoal dos dirigentes é sobre sua própria capacidade de manter a unidade de ação conquistada e o espírito de resistência frente às agressões continuadas que sofrem os trabalhadores e os sindicatos.
A decisão de luta, de contenção de danos e de oposição a elas, além de exigir o conhecimento correto da situação, redobrará a necessidade de ação inteligente reforçando a aliança com todos que apoiam os trabalhadores e uma presença efetiva na base junto a eles.
Medidas emergenciais de emprego e renda devem ser valorizadas e a direção do movimento sindical dará um firme passo à frente se reforçar a vontade política dos partidos de oposição em trilharem juntos este caminho.
Compreender corretamente o que se passa na economia e na sociedade e agir de maneira unitária com vontade firme de resistência eis as duas preocupações, estratégica e tática, do movimento sindical brasileiro neste inicio ano.