Uma coisa é certa: Guedes e Cia querem fazer no Brasil o que o FMI fez na Grécia em 2010 (veja a descrição disto no livro de Paulo Nogueira Batista Jr. – “O Brasil não cabe no quintal de ninguém”, da editora Leya Brasil, especialmente na página 203).
Frente a essa sucessão de medidas e propostas agressivas é até compreensível um grau de atordoamento, como o de um boxeador encurralado no canto do ringue.
Mas é preciso resistir e o caminho para isto uma vez identificada a agressão da hora passa por compreender seu alcance, coesionar os trabalhadores, unificar as ações dos dirigentes e descobrir – em cada situação – o ponto fraco do governo e o ponto forte da resistência, com os aliados possíveis em cada embate. O movimento sindical não pode ficar sozinho e seus dirigentes, menos ainda, afastados da massa que representam.
O terreno em que se dá a agressão bolsonarista do posto Ipiranga é o do travamento da economia, com desemprego alto e baixos salários, o que desencoraja os trabalhadores e dificulta sua luta, desorientando os dirigentes.
Para resistir à avalanche é preciso determinar os pontos firmes de resistência capazes de atender às necessidades imediatas dos trabalhadores (empregados e desempregados) e de garantir vitórias parciais.
É o que se pretende com um plano emergencial de emprego e renda. E para começar a executá-lo (agregando as vontades combativas e unitárias das centrais sindicais, dos movimentos sociais e dos partidos políticos interessados) nada mais urgente que a determinação de pontos mínimos de ação como os que foram propostos pelo presidente da Força Sindical, Miguel Torres, no almoço que ofereceu às direções no dia 13 de novembro:
– passe livre para os desempregados nas grandes cidades
– defesa da política de valorização do salário mínimo
– criação de frentes de trabalho com qualificação dos trabalhadores
– retomada das obras paradas e trabalhos de manutenção nas capitais.
Uma grande caminhada começa com um primeiro passo.
…
Pêsames à Sidneia e aos familiares de Sineval, grande companheiro que nos deixou.
João Guilherme Vargas Netto é Consultor Sindical