Mas, antes, os dirigentes sindicais ressaltaram a unidade na luta, o apoio incondicional da categoria aos seus representantes e a recompensa, em forma de conquistas, pelo esforço empreendido na difícil campanha salarial desta ano.
“Quem apostava no fracasso das negociações e num acordo coletivo ruim, quebrou a cara”, disse o diretor Pedro Alcântara (Boka de Lata).
Para o secretário geral Francisco Xavier da Silva (Chiquinho), os empresários queriam usar os trabalhadores como massa de manobra para ganhar mais dinheiro. “Sem acordo e com a greve definida, entraram na Justiça, convictos de que no Tribunal venceriam a batalha e implantariam uma série de maldades da nova Lei Trabalhista, no sistema”.
Dois personagens dessa história merecem uma menção especial pelo papel importante que tiveram na solução da crise, diga-se de passagem, alimentada pela intransigência dos patrões, desde o começo das negociações. A pressão e as cobranças feitas pelo deputado federal e presidente licenciado do Sindmotoristas, Valdevan Noventa, e o vereador Milton Leite, foram cruciais para uma mudança de postura do SPURBANUSS. “Muito obrigado! A intervenção dessas lideranças contribuiu decisivamente para o sucesso da luta”, afirmou Valdemir dos Santos Soares (Moleque).
Quanto às demandas dos trabalhadores do setor da manutenção, na assembleia, foi aprovada a comissão composta por Carlinhos da Mobi Brasil, Pi da VIP AE Carvalho, Barão da Transppass e Dida da Sambaíba G4, que irá negociar uma pauta específica com os representantes dos patrões, durante 30 dias. O secretário da Pasta, Naílton Francisco de Souza, enfatizou que a assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho da categoria só acontecerá mediante a solução dos problemas do setor.
No seu discurso, o deputado Valdevan Noventa parabenizou os trabalhadores, que confiaram na direção do sindicato para representar seus direitos e agradeceu os membros da comissão de negociação, que souberam somar, fortalecer e mobilizar os companheiros, nos locais de trabalho. “Impedimos a implantação do banco de horas, 01 (uma) hora de intervalo sem remuneração, reajuste salarial abaixo da inflação e outras maldades da nova Lei Trabalhista”.
Cobradores!
Noventa, sensível aos graves problemas sociais do país, fez um apelo aos cobradores para valorizarem o seu emprego, cobrando mais profissionalismo e responsabilidade, pois do outro lado, há empresários de ônibus jogando pesado para extinguir a função. “Nos ajudem, não faltem no serviço sem justificativa. Muitos pais e mães de família, que estão fora do mercado de trabalho, dariam tudo para estar no lugar de vocês ”, declarou o parlamentar.
Por fim, o presidente em exercício, Valmir Santana da Paz (Sorriso), falou que a categoria e o sindicato tiveram uma jornada de luta cheia de obstáculos até chegarem a este momento tão aguardado de votar uma proposta com avanços econômicos e sociais, com destaque para os seguintes pontos:
– Reajuste salarial de 5,10%;
– Vale de refeição no valor unitário de R$25,20;
– Participação nos Lucros e Resultados (PLR)
R$1.500,00 para trabalhador sem faltas;
R$1.400,00 até cinco faltas;
R$1.300,00 até dez faltas;
R$1.200,00 acima de dez faltas.
– Criação da Comissão da Manutenção para discutir a pauta do setor com o patronal;
– Manutenção das cláusulas anteriores.
Os trabalhadores aprovaram, por unanimidade, a proposta salarial, que é, sem dúvida, a melhor de todo o segmento de transportes do país. A campanha salarial 2019 foi encerrada, com a conquista de uma grande vitória dos condutores de São Paulo.
Lideranças sindicais
Autoridades sindicais prestigiaram a assembleia, entre as quais: Ricardo Patah, presidente da UGT; ex-deputado estadual Alcides Amazonas; Luiz Gonzaga, presidente do Sindicato dos Escritórios; e Raimundo Cocada, diretor do Sindficot-vlp.
Fonte: Sindmotoristas