Por Paulo Passos – O entendimento, de recente reunião plena da diretoria do sindicato dos trabalhadores em transportes rodoviários de Santos e região, vem sendo praticado neste começo de ano.
Desde o início de janeiro, a direção sindical tem panfletado em todos os locais de trabalho das diversas empresas da base territorial de Peruíbe a Bertioga, convocando os trabalhadores para as assembleias.
São 12 mil rodoviários, entre motoristas e demais empregados das empresas de transporte de passageiros urbanos, interurbanos, turismo, fretamento e carga.
A assembleia dos trabalhadores da Br Mobilidade e Piracicabana, a maior empresa de transporte coletivo municipal e intermunicipal da baixada santista, em 7 de fevereiro, lotou o sindicato.
“Nossa categoria sempre foi muito participativa”, diz o presidente Valdir de Souza Pestana, que coordena a campanha salarial. “Mas a deste ano está surpreendendo”.
Inquietação com entusiasmo
“O pessoal está preparado para não admitir a revogação de direitos dos atuais acordos coletivos de trabalho”, garante o sindicalista. “E está demonstrando isso, com muita clareza, nas assembleias”.
Pestana consulta permanentemente os diretores sobre o que eles têm sentido em sua respectiva base. Ele anda entusiasmado com os relatos de que os trabalhadores estão dispostos a participar.
“Tudo que ouvimos leva a crer que será uma das campanhas de data-base mais concorridas de nossa história recente”, pondera. “Vejo um receio, uma inquietação, mas muita confiança própria”.
Esperança e otimismo
Para o vice-presidente do sindicato, José Alberto Torres Simões ‘Betinho’, “a preocupação e a incerteza do pessoal sobre o desfecho da campanha é revestida de esperança, otimismo e fé”.
“E não poderia ser diferente”, raciocina o sindicalista. “Precisamos da convicção e certeza de que é possível fazer uma boa campanha de data-base com muita luta, unidade e harmonia”.
Nunca foi fácil
O secretário-geral do sindicato, Eronaldo José de Oliveira ‘Ferrugem’, evoca sua longa trajetória sindical e sentencia: “Só tivemos conquistas por meio de muita luta”.
“Na verdade, as coisas nunca foram fáceis para nós”, reclama. “Mas hoje, por causa da reforma trabalhista e do desemprego, a situação é pior. Lutaremos, porém, para manter os avanços conquistados”.
Reivindicações
Além da manutenção dos direitos dos atuais acordos, as assembleias têm reivindicado reposição salarial conforme o índice inflacionário de 12 meses e 5% de aumento.
A participação nos lucros ou resultados (plr) correspondente a um salário-base e melhorias em algumas condições de trabalho também estão nas pautas reivindicatórias.