Não se pode dizer que a plenária sindical de quarta-feira, dia 20, na Praça da Sé em São Paulo seja a batalha decisiva contra a deforma previdenciária.
Isto porque a luta está apenas começando e percorrerá um longo caminho nas portas de fábrica e nos locais de trabalho, no Congresso Nacional e nos partidos, nos veículos de comunicação e nas redes sociais e nas ruas. Também porque até a manhã do dia 20 não se saberá ao certo qual deforma previdenciária pretenderá realizar o governo.
A plenária é um primeiro passo que deve ser dado com firmeza, com unidade e como preparação para a caminhada, que já incorpora a luta dos servidores municipais de São Paulo.
Foi convocada por uma ampla articulação de todas as direções sindicais e organizada de modo unitário e agregador, com os cuidados para que tenha êxito em seus propósitos. A convocação e os materiais impressos e eletrônicos de divulgação têm cumprido o seu papel.
As direções sindicais também se preocuparam em estabelecer como orientação comum a resistência à deforma ventilada e vazada pelas autoridades e repercutida pelas mídias sem cair na armadilha da “análise combinatória” das diferentes propostas.
Assim como o dia 20 tem seu peso, mas não é decisivo, as direções devem evitar o erro de determinar desde já as formas que a luta, em suas peripécias e desdobramentos, pode vir a ter.
A primeira consequência do dia 20 deve ser a de unificar a resistência e orientar o trabalho constante de descida às bases porque é ele que no fim das contas determinará o sucesso da luta.
É imprescindível também o trabalho de articulação com os deputados e senadores garantindo a mais ampla frente parlamentar de resistência.
Quanto à propaganda governamental nossos materiais de agitação e esclarecimento devem explorar seus pontos fracos – principalmente o ocultamento falacioso dos objetivos centrais da deforma que são lesivos aos trabalhadores, mesmo que mascarados de combate aos privilégios.
E, finalmente, o movimento sindical não pode e não deve travar a luta sozinho, mas deve buscar aliados que tenham os mesmos propósitos de resistência à deforma.
João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical