“Este momento é grave, difícil para os trabalhadores, que enfrentam o desmonte da legislação trabalhista. Vamos discutir essa decisão da Justiça com os empregadores”, declara Antonio Vítor, presidente da Fetiasp (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do Estado de S. Paulo).
“Além da questão da representatividade, ou seja, que nossos Sindicatos são os legítimos representantes desses trabalhadores, nosso setor exige grande controle de qualidade na fabricação de produtos. As indústrias fizeram investimentos volumosos nesta área porque são vendidos no mercado interno e externo”, declara Neuza Barbosa de Lima, vice-presidente da Fetiasp. “Acreditamos que as empresas não vão adotar a terceirização para não colocar em risco a qualidade de seus produtos. Nossa preocupação é com a qualidade dos produtos e que eventuais prejuízos com a qualidade não sejam jogados nas costas dos trabalhadores”, afirmou Neuza.
Antonio Gonçalves Filho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Alimentação de Araraquara, informou que já está debatendo a terceirização com alguns empregadores. “Com outros vamos falar de acordo com a data-base. Não queremos a terceirização para que os trabalhadores tenham tranquilidade e possam produzir com mais qualidade”, destacou. Para o sindicalista, é preciso evitar a precarização do trabalho para não colocar em risco a produção dos alimentos. “Com a terceirização nem sempre é o mesmo trabalhador que desempenhará as mesmas funções nas empresas. Entendemos que é preciso evitar que o produto que vai à mesa do consumidor seja de qualidade inferior”.
Neuza ressaltou que a população também precisa fiscalizar a terceirização no serviço público, especialmente na área pública, como saúde, educação para os filhos e segurança. “Não é só o setor privado, mas também o serviço público, que são áreas em que os governos, nos âmbitos municipais, estaduais e federal, por conta da diminuição de recursos vêm precarizando. E a terceirização é uma das ferramentas usadas para isso”, ressaltou.
Fonte: Mundo Sindical