Mais de mil trabalhadores da Starbucks iniciaram ontem uma greve nacional nos Estados Unidos, marcando a “Rebelião do Copo Vermelho” e denunciando práticas antissindicais e negociações travadas pela empresa.
A paralisação começou em mais de 65 lojas distribuídas por 40 cidades, após seis meses sem novas propostas da empresa para melhorar salários, condições e resolver denúncias trabalhistas.
Dachi Spoltore, barista em Pittsburgh, afirmou que a mobilização transforma a “Temporada do Copo Vermelho” em rebelião e fortalece a demanda por um contrato sindical justo e urgente.
Segundo Dachi, dezenas de clientes e aliados aderiram ao movimento, comprometendo-se a respeitar os piquetes e evitar compras enquanto persistirem as práticas trabalhistas injustas denunciadas pelos grevistas.
Em Chicago, funcionários de unidades ainda não sindicalizadas observam atentamente a greve, reconhecendo o impacto do movimento e demonstrando intenção de, futuramente, organizar suas próprias lojas.
Sem previsão de término, a greve reúne trabalhadores de mais de 550 lojas sindicalizadas, que prometem intensificar protestos caso a Starbucks mantenha sua postura antissindical e intransigente.
Michelle Wisen, porta-voz do Starbucks Workers United, declarou que, se a empresa continuar obstruindo negociações, verá seus negócios pararem completamente devido à ação coordenada dos trabalhadores.
Ela destacou que “sem contrato, sem café” expressa a disposição da categoria em suspender operações e pressionar por acordos que garantam salários dignos e condições justas.
Os trabalhadores reiteram que a Starbucks conhece suas demandas, que incluem melhores salários, horários adequados e soluções imediatas para questões legais acumuladas durante anos de conflitos.
A empresa, segundo denúncias, prolonga negociações como estratégia de desgaste, prática comum nos Estados Unidos para enfraquecer mobilizações e reduzir conquistas trabalhistas em setores vulneráveis.
O CEO Brian Niccol mantém postura resistente e ignora demandas relacionadas a salários, falta de pessoal e insegurança provocada por horários irregulares, especialmente para trabalhadores de meio período.
Mesmo com mediação, negociações estão paradas há seis meses, levando trabalhadores a registrar 125 denúncias por má-fé e retaliação, apoiados pelo sindicato Starbucks Workers United.
Em comunicado nacional, os trabalhadores denunciam problemas sistêmicos, incluindo falta de pessoal, salários baixos, assistência médica cara, assédio frequente, equipamentos quebrados e punições injustas diárias.
Determinados, os trabalhadores afirmam que não recuarão e continuarão mobilizados até conquistar direitos básicos, melhorar condições de trabalho e garantir respeito à organização sindical.
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