A CNTA (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins) manifestou seu apoio à greve dos trabalhadores da Pepsico, que reivindicam o fim da jornada 6X1 na empresa.
O movimento é considerado o primeiro pela redução da jornada desde a PEC apresentada pela deputada Erika Hilton (Psol-SP), que pede o fim da 6X1.
“Conforme é do conhecimento de toda a sociedade, a luta pela redução da jornada de trabalho sempre foi bandeira preferencial do Movimento Sindical, tendo sido inclusive elemento motriz da criação do 1º de Maio, o Dia do Trabalhador, durante movimento realizado em Chicago (EUA) em 1886”, apontou Artur Bueno de Camargo, presidente da CNTA.
De acordo com ele, o Brasil está atrasado neste requisito. A última alteração na jornada de trabalho brasileira veio com a Constituição de 1988, quando o tempo de trabalho foi reduzido de 48 para 44 horas semanais.
“Desde então, não avançamos em nada nesta reivindicação dos trabalhadores”, comentou o dirigente.
Greve
Trabalhadores das unidades da Pepsico de Itaquera, em São Paulo-SP e Sorocaba-SP definiram em assembleias realizadas no domingo (24) pela paralização das unidades, reivindicando a redução da jornada de trabalho.
A empresa é proprietária de marcas como Pepsi, Elma Chips, Toddy e Gatorade. A companhia tem 12 mil funcionários diretos e 44 mil indiretos no Brasil.
O presidente da CNTA comentou as recentes experiências de redução da jornada na Europa, como por exemplo na Alemanha, onde a semana de quatro dias de trabalho foi implantada.
“Outros países têm registrado avanços significativos e positivos. Avanços não só para a classe trabalhadora, mas para o setor produtivo e o desenvolvimento do país”, apontou.
A CNTA e a Contac (Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação) representam 1,6 milhões de trabalhadores do setor de alimentação em todo o país.
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