Por Mark Gruenberg
Planos de autorização de greve esmagadores levaram chefes de dois hospitais da área de Pittsburgh a assinar contratos históricos, que cobrem mais de 1.100 enfermeiros e funcionários de apoio, anunciou o SEIU Healthcare Pennsylvania (Sindicato dos trabalhadores em enfermagem da Pensilvânia).
Os acordos, alcançados no período de 9 a 12 de setembro, também ganharam atenção pública por meio de grandes manifestações dos enfermeiros, que levaram suas causas aos clientes dos hospitais em suas batalhas com o West Penn Hospital, em Pittsburgh, e o Allegheny Valley Hospital, no subúrbio de Natrona Heights.
A executiva do condado de Allegheny, Sara Innamorato, ex-legisladora progressista, e o prefeito democrata de Pittsburgh, Ed Gainey, apoiaram publicamente os trabalhadores. Os enfermeiros e outros trabalhadores do Allegheny Valley estavam planejando uma votação de autorização de greve, enquanto os enfermeiros do West Penn já haviam autorizado uma greve por ampla maioria.
O SEIU anunciou, em 12 de setembro, que ambos os contratos foram aprovados por margens enormes. Cada um contou com aumentos salariais significativos para enfermeiros subvalorizados e compromissos hospitalares com relação a proporções seguras de equipe. Ambos foram modelados com base em um contrato anterior que o SEIU alcançou com um terceiro hospital, o Allegheny General — parte da mesma rede — no outono passado.
O sindicato acredita que os grandes aumentos nos novos contratos também impedirão a “fuga de cérebros” e o esgotamento entre enfermeiros e funcionários de saúde experientes.
“A Pensilvânia tem uma falta de 20.000 enfermeiros, a maior carência nos EUA”, observou a enfermeira veterana de parto e nascimento do West Penn, Joanne Germanos.
“Quatro anos atrás, antes de formarmos nosso sindicato, meu salário era limitado a menos de 40 dólares por hora como uma enfermeira experiente, e vi enfermeiros experientes e conhecedores deixarem o hospital para buscar empregos mais bem remunerados por esse motivo”, disse ela ao sindicato.
“Neste novo contrato, garantimos que nenhuma enfermeira com 20 anos de licença ganhará menos de 50 dólares por hora, e estou empolgada para ver o impacto que isso terá na retenção de enfermeiros”, afirmou Germanos.
O novo acordo no hospital de Germanos aumenta o salário em uma média de 24% ao longo de três anos. O contrato de três anos do Allegheny Valley tem “um investimento médio de 16% em salários e compensações, com alguns membros recebendo até 36%”, explicou o sindicato.
Ambos os acordos oferecem “benefícios de saúde protegidos contra aumentos de custos e um compromisso de expandir posições estáveis para que os enfermeiros não tenham mais que alternar entre turnos diurnos e noturnos, muitas vezes dentro de uma única semana”, disse o sindicato. O acordo do Allegheny Valley estabelece um novo salário-mínimo mais alto — 20 dólares por hora — para técnicos de atendimento ao paciente, faxineiros, funcionários de alimentação e transportadores.
Os enfermeiros também terão “um lugar à mesa” em relação ao planejamento de equipe e turnos, disse a enfermeira de cuidados anestésicos do West Penn, Jodi Faltin, ao sindicato. “Esta deveria ser uma profissão em que temos tempo para dormir, nos recuperar e relaxar, antes de voltar para outro turno de cuidados que salvam vidas. Estou animada em saber que nossos pacientes serão cuidados por enfermeiros com uma proporção segura de equipe e um turno estável.”
Os enfermeiros do Allegheny Valley conquistaram tempo de férias, doença e folga pessoal separados. O SEIU disse que poucos outros trabalhadores hospitalares no sudoeste da Pensilvânia têm esses benefícios. E esse acordo compromete o hospital com novas medidas de segurança, especialmente “um sistema de detecção de armas na entrada principal e aumento da presença de segurança”.
Mark Gruenberg é chefe do escritório de Washington, D.C., do People’s World.
Texto traduzido do site People´s World por Luciana Cristina Ruy
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