PUBLICADO EM 09 de ago de 2024
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Greve na Avibras completa 700 dias, a maior da história

Na maior da história do Sindicato dos Metalúrgicos de SJ dos Campos. greve na Avibras completa 700 dias contra salários atrasados e falta de benefícios

Greve na Avibras completa 700 dias, a maior da história

Greve na Avibras completa 700 dias, a maior da história – Foto: Roosevelt Cássio

Os trabalhadores da Avibras Indústria Aeroespacial, em Jacareí (SP), completam, nesta sexta-feira (9), 700 dias em greve – a maior em 68 anos de história do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, filiado à CSP-Conlutas.

A paralisação começou em 9 de setembro de 2022, em protesto contra a falta de pagamento de salários – o que persiste até hoje.

A Avibras, principal indústria bélica do país, está em recuperação judicial e já acumula uma dívida trabalhista em torno de R$ 280 milhões.

São 16 meses de salários atrasados para mais de mil trabalhadores, que também estão sem convênio médico e sem o recolhimento de INSS e do FGTS.

Cobrança ao governo

Ao longo desses 700 dias, o Sindicato vem cobrando do governo federal medidas que podem levar à regularização de ao menos parte dos salários.

Uma das propostas da entidade é a antecipação do pagamento relativo a contratos das Forças Armadas com a Avibras, no valor de R$ 60 milhões.

O Sindicato já se reuniu com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), em 19 de janeiro e 9 de maio de 2023, e com o ministro da Defesa José Múcio Monteiro, em 20 de fevereiro de 2024, para apresentar sua proposta e expor o drama dos trabalhadores.

Apesar da gravidade da situação, até agora nenhuma medida foi tomada.

A tecnologia da Avibras já chamou a atenção de empresas internacionais. Recentemente, a australiana DefendTex negociou a compra da fábrica, mas a transação não se concluiu.

Ação judicial

Além do caminho político e das lutas, o Sindicato também está buscando na Justiça uma saída para que os trabalhadores recebam seus salários.

A entidade ajuizou uma ação civil coletiva, na 1ª Vara do Trabalho de Jacareí, contra a Avibras e seu sócio majoritário, João Brasil Carvalho Leite, e pede que o patrimônio pessoal do empresário seja usado para pagamento das dívidas salariais.

“A omissão do governo federal diante desta situação é inaceitável. Enquanto empresas estrangeiras mostram interesse em comprar a Avibras, o governo brasileiro continua inerte, sem assumir sua responsabilidade. Estamos falando de uma indústria bélica e de profissionais que, como trabalhadores da Avibras, fazem parte de programas estratégicos das Forças Armadas. Hoje, muitos deles estão recorrendo a trabalhos informais para sustentarem suas famílias”, afirma o diretor do Sindicato e trabalhador da Avibras, Kléber Roberto de Carvalho.

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