Em reunião no Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), em Brasília, na última terça-feira (11), uma comitiva de dirigentes da CNM/CUT cobrou o ministro Paulo Teixeira para que haja um mínimo de conteúdo local nas compras de equipamentos agrícolas utilizados na agricultura familiar no país.
O ministro se comprometeu a fazer um grupo tripartite entre trabalhadores, governo e agricultores para aprofundar os debates sobre o assunto.
No encontro também surgiu a ideia de realizar dois encontros, um em São Paulo e outro no Nordeste, para debater a questão da produção de máquinas agrícolas no Brasil.
“Nós, da CNM/CUT, teremos mais agendas em Brasília para debater o assunto, conversando, por exemplo com a FINAME (Agência Especial de Financiamento Industrial) para tratar do financiamento que é feito para o setor de máquinas agrícolas”, afirmou o presidente da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira.
O sindicalista saiu satisfeito da agenda com o ministro Paulo Teixeira e avalia que os trabalhadores terão espaço para participar dos debates sobre máquinas agrícolas no país.
“Foi uma conversa muito produtiva, e nós estaremos mais incorporados nas conversas sobre a produção de bens de capital, de máquinas e implementos agrícolas, a partir de um projeto de construção dessa indústria, podendo participar inclusive do Plano Safra (programa do governo federal que oferece incentivos ao segmento agrícola). Nós, metalúrgicos e metalúrgicas, queremos estar juntos para garantir que as empresas que produzam essas máquinas sejam brasileiras, tragam empregos para nosso país, e que também respeitem os sindicatos, respeitem as condições de trabalho, as convenções e acordos coletivos, e que tenham no seu horizonte o desenvolvimento da indústria nacional”, complementou Loricardo.
O coordenador de segmentos da CNM/CUT, Juarez Estevam Ribeiro, disse que já havia uma intenção do Ministério do Desenvolvimento Agrário de abrir espaço aos metalúrgicos para participação na produção de bens de capital voltados ao segmento agrícola.
“Segundo o ministro Paulo Teixeira, quando fizeram o desenho do projeto para o setor foi pensado a participação dos metalúrgicos e que de fato eles querem produzir essas máquinas no Brasil. O próprio MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) afirmou que na sua lógica não existe a importação de máquinas do exterior e sim a compra de máquinas no Brasil. Acredito que precisamos insistir nessa pauta pensando também no desenvolvimento tecnológico”, disse Juarez.
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre, Adriano Souza Filippetto, a reunião com o ministro Paulo Teixeira foi importante para compreender quais motivos que levaram o governo a importar máquinas e equipamentos da China em um primeiro momento, sem debater o assunto com os os trabalhadores brasileiros que produzem esse tipo de maquinário no nosso território.
“O ministro deixou claro que daqui pra frente a CNM/CUT estará presente nas agendas e participará do debate sobre máquinas e implementos agrícolas. Nosso papel enquanto representante dos trabalhadores é defender a indústria junto a agricultura familiar, fazer com que as máquinas sejam produzidas aqui, com mão de obra nossa, agregando mão de obra para o país”, finalizou o dirigente.
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