As centrais sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central e CSB, em reunião realizada hoje, 29, na sede da Força Sindical, em São Paulo, manifestaram apoio à greve dos petroleiros, marcada para quarta-feira, 30, em todas as refinarias do país.
A greve foi aprovada nas assembleias da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). Os trabalhadores reivindicam barrar a privatização de ativos da Petrobras — como a venda de quatro refinarias e doze terminais da Transpetro, anunciada no programa de desinvestimento da estatal —, a redução dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis, fim da política de preços da Petrobras, que reajusta os valores dos combustíveis diariamente, com base na cotação do dólar e do barril do petróleo, além da saída de Pedro Parente do comando da petrolífera.
Em uma nota conjunta as entidades afirmaram que as reivindicações dos petroleiros “apontam para a necessidade de protegermos a Petrobras da especulação financeira e da venda para multinacionais”. Na nota as centrais também abordaram a greve dos caminhoneiros, que entra hoje em seu nono dia, e atribuíram à reforma trabalhista o impasse em que se encontram as negociações entre grevistas e o governo uma vez que com “o desmonte sindical” “o governo sofreu os danos de não encontrar, no outro lado da mesa de negociação, entidades fortes, representativas e com lideranças centralizadas para negociar as verdadeiras demandas da categoria”.
Uma Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora, com uma pauta voltada para os interesses da sociedade, a ser debatida durante o processo eleitoral, será apresentada no dia 6 de junho, às 10 horas, no Sindicato dos Químicos de São Paulo, informou a nota.
Nota das centrais sindicais
Apoio aos petroleiros, fortalecimento da democracia e do movimento sindical
As Centrais Sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central e CSB vêm a público manifestar todo seu apoio e solidariedade à greve dos trabalhadores petroleiros, prevista para durar 72 horas a partir de amanhã.
Entendemos que as reivindicações dos petroleiros são justas e apontam para a necessidade de protegermos a Petrobras da especulação financeira e da venda para multinacionais.
A Petrobras é uma das mais importantes empresas dos brasileiros, com um incomensurável papel na economia do País, considerando-se tanto na área de investimentos como no processo de valor dos combustíveis. É importante proteger e desenvolver o papel estratégico das empresas públicas (Petrobras, sistema Eletrobras e bancos públicos, entre outros) para a promoção dos desenvolvimentos econômico e social.
Ressaltamos que o governo federal demonstrou durante a greve dos caminhoneiros inabilidade política, insensibilidade social e incapacidade de realizar uma negociação adequada, como o momento exigia.
O impasse da greve dos caminhoneiros e a sua duração são claros resultados da política de desmonte do movimento sindical, implantada e incentivada pelo governo federal. Reflexo da nefasta reforma trabalhista, o desmonte sindical levou ao impasse e à perda de credibilidade na negociação, visto que o governo buscou, de forma atrapalhada, uma negociação fragmentada.
Ao fomentar a negociação individual e fragmentada – cada estrada tinha uma liderança –, o governo sofreu os danos de não encontrar, no outro lado da mesa de negociação, entidades fortes, representativas e com lideranças centralizadas para negociar as verdadeiras demandas da categoria.
A história tem revelado a importância de entidades sindicais fortes e representativas como fator de equilíbrio e bom senso nas negociações em todas as partes do mundo.
Diante do sensível momento que o País vivencia, as Centrais Sindicais, visando o diálogo construtivo, irão apresentar, no próximo dia 6, às 10 horas, no Sindicato dos Químicos de São Paulo (rua Tamandaré, 348) uma Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora, com uma pauta voltada para os interesses da sociedade, que será debatida durante o processo eleitoral, onde as mudanças de rumo se darão por meio de eleições democráticas.
As Centrais Sindicais, legítimas representantes dos trabalhadores, têm propostas que visam um País com crescimento da economia, dos empregos e de renda para todos, além do fortalecimento das entidades sindicais visando negociações equilibradas, o fortalecimento e a ampliação de políticas sociais, em prol da eliminação da desigualdade social e da renda.
Vagner Freitas – Presidente da CUT
Paulo Pereira da Silva – Paulinho da Força, Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah – Presidente da UGT
Adilson Araújo – Presidente da CTB
José Calixto Ramos – Presidente da Nova Central
Antonio Neto – Presidente da CSB