Para enfrentar e vencer o mosquito transmissor da dengue e superar o grave surto da doença, os brasileiros, mais uma vez, se apoiam no SUS que lhes garante vacinação, testes, atendimento e ajuda na erradicação dos focos e controle do ambiente.
A criação do SUS, consagrado nos artigos 198, 199 e 200 da Constituição foi resultado de uma luta feroz do Partido da Saúde, primeiro contra a catastrófica situação sanitária e os escândalos a ela associados nas décadas de 70 e 80 do século passado e depois na própria Constituinte.
Com exceção dos sindicatos diretamente ligados às ações de saúde e dos sindicatos de servidores, em vários níveis, o movimento sindical dos trabalhadores como um todo, representado pelas confederações e centrais sindicais da época, pouco participou desta luta, melhor dizendo, foi ausente, confirmando o divórcio sem ter havido o casamento.
Muito deste alheamento decorreu de um erro estratégico da renovação sindical dos anos 1970, preocupada em seus acordos e convenções coletivas a valorizar o atendimento médico pelos planos privados de saúde, que ao longo do tempo materializou-se em uma das mais importantes cláusulas das negociações, situação que perdura até hoje.
Sem que os sindicatos abandonem a luta atual para garantir o atendimento médico, sua melhoria sem preços e condições escorchantes, o movimento sindical precisa ser um parceiro efetivo e atuante na luta pelo fortalecimento do SUS, que precisa de recursos, pessoal e instalações, valorizando os aspectos prevencionistas que não são contemplados pelos atuais planos médicos das empresas e que dizem respeito também, a saúde dos trabalhadores e à prevenção de acidentes de trabalho.
João Guilherme Vargas Netto, consultor de entidades sindicais de trabalhadores