Assembleia com trabalhadores na Ford, em São Bernardo do Campo/SP, sobre assuntos diversos: PLR, estabilidade de empregos e continuidade da produção. Fotos: Edu Guimarães/SMABC
A negociação também assegura reajuste salarial com reposição da inflação na data-base da categoria, 1º de setembro, e a renovação das cláusulas sociais da Convenção Coletiva de Trabalho com a salvaguarda contra a reforma Trabalhista.
O acordo inclui o pagamento em maio e dezembro deste ano da Participação dos Lucros e Resultados, a PLR, com correção total do INPC de 2017 e a antecipação para fevereiro do pagamento da primeira parcela do 13º salário de 2019.
“É um acordo macro e foi muito importante ter a renovação na totalidade da convenção coletiva, pois todos os direitos dos trabalhadores estão garantidos sem aplicação da reforma Trabalhista. A unidade dos trabalhadores permitiu uma boa negociação diante do momento econômico e político que estamos vivendo”, avaliou o diretor executivo do Sindicato, responsável pelas Relações do Trabalho, Alexandre Colombo.
O vice-presidente do Sindicato e presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, a CNM-CUT, Paulo Cayres, o Paulão, lembrou a luta constante do Sindicato para manter a produção na região e o enfretamento aos retrocessos impostos pela reforma Trabalhista e pela falta de incentivo ao setor por parte do governo atual.
“Essa luta vem dando resultado, principalmente por conta da mobilização dos companheiros na fábrica. Nós temos aqui uma planta de caminhões extremamente rentável para a empresa, não faz sentido querer sair aqui. Estamos num parque de excelência que permite dar continuidade à luta”.
“O governo golpista precisa apresentar um plano para nossa indústria, temos debatido isso antes mesmo do fim do Inovar-Auto. Sem um programa fica mais difícil negociar”, completou.
O coordenador-geral da representação na Ford, José Quixabeira de Anchieta, o Paraíba, destacou a importância da estabilidade, mas lembrou que também é preciso discutir investimento em produção.
“O acordo tranquiliza os trabalhadores, mas o Sindicato vai continuar lutando. Pautamos a estabilidade justamente porque não há o investimento em novos produtos, caso a empresa nos comunique este investimento voltaremos para as negociações. Queremos ter produção no ABC por muitos anos e precisamos construir esta negociação do novo produto sem a tensão que havia até agora”.
“A todo momento os companheiros estavam mobilizados e autorizaram a representação a fazer o debate com a fábrica, o que nos deu respaldo na mesa de negociação para trazer uma proposta adequada e com garantias concretas”, afirmou o secretário do CSE na fábrica, Adalto de Oliveira, o Sapinho.
Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
