Mais uma categoria em luta! Os professores/as e trabalhadores administrativos das escolas estaduais do Rio de Janeiro aprovaram numa forte assembleia, nesta quinta-feira (11), a realização de uma greve por tempo indeterminado a partir do próximo dia 17 de maio.
A categoria aprovou também a realização de assembleia na quinta-feira, dia 18, às 14h, no Largo do Machado (Zona Sul da capital), e uma passeata ao Palácio Guanabara, logo após a assembleia. Outra deliberação é que serão realizados atos na Alerj (Assembleia Legislativa) todos os dias em que o projeto de lei do governo sobre o piso for discutido.
Ontem, o Clube Municipal (Tijuca) ficou lotado por funcionários e funcionárias da Educação do RJ, que entoavam palavras de ordem contra o governador Claudio Castro que não só apresentou uma proposta rebaixada, como mentiu e tentou dividir a categoria.
“Governador, preste atenção, sua mentira unificou a educação” foi entoado pelos trabalhadores em alusão à divulgação do governador de que pagaria o piso nacional da educação. “Ô, Claudio Castro, seu caloteiro! Pior salario é do Rio de Janeiro!” também foi cantado em coro.
A categoria reivindica a implementação do piso nacional do magistério para os docentes e o piso dos funcionários administrativos tendo como referência o salário mínimo nacional.
Os trabalhadores/as exigem ainda a revogação do Novo Ensino Médio (NEM) e a convocação de concursados para o magistério dos concursos de 2013 e 2014 e de inspetores de alunos do concurso de 2013, além da abertura de novos concursos para suprir a carência de profissionais nas escolas e para a contratação de assistentes sociais e psicólogos, como resposta ao aumento da violência escolar.
Fake news e manobra do governo
Quando dirigentes do Sepe-RJ ainda se reuniam com representantes do governo na quarta-feira, o governador Claudio Castro que está fora do país publicou em suas redes sociais que o governo concederia o piso nacional do magistério. Uma fake news que causou revolta na categoria.
Na prática, o projeto apresentado pelo governo não incorpora o piso a todas as carreiras. O governo propõe reajustar apenas os salários que estão abaixo do piso. Com isso, quem ganha acima do piso não receberá nenhum reajuste. Segundo a Secretaria de Educação, apenas 33% dos aposentados e 42% da ativa receberiam o reajuste.
“Além de não garantir reajuste para todos os trabalhadores, o governo faz um gravíssimo ataque ao plano de carreira dos servidores que, na prática, vai destruir o plano”, explicou a coordenadora do Sepe-RJ e integrante da direção estadual do RJ da CSP-Conlutas Samantha Guedes.
Segundo o Sepe-RJ, o piso tem de ser implementado a partir do vencimento inicial da carreira e ser adequado proporcionalmente aos demais níveis, cumprindo o que manda o atual Plano de Carreira.
Samantha explicou também que os funcionários administrativos das escolas (merendeiras, porteiros, agentes, serventes, inspetores de alunos etc), que em sua maioria recebem menos do que um salário mínimo de piso, não terão os salários reajustados segundo a proposta apresentada.
“O Rio de Janeiro paga o pior salário do Brasil para os educadores da rede estadual. Enquanto o piso nacional é de R$ 4.420, o professor de uma escola estadual no Rio tem um piso de R$ 1.588. Os funcionários administrativos, em sua maioria, recebem R$ 802, um piso menor do que o salário mínimo, que não compra sequer uma cesta básica”, disse.
“Saiu na imprensa que o governador fez festa pera a esposa, regada a caviar e show musical, às custas de dinheiro público. Enquanto isso, mente e quer dar calote no reajuste e rasgar o plano de carreira dos trabalhadores da Educação. A opção política do governo é atacar a Educação. Nossa resposta deve ser na luta, em defesa dos trabalhadores, dos alunos e da escola pública”, afirmou Samantha.
Greve no Distrito Federal e no Amazonas
Em assembleia na manhã desta quinta-feira (11), os professores da rede pública do Distrito Federal decidiram pela manutenção da greve, que foi iniciada no último dia 4 de maio. Na quarta-feira, representantes do Sindicato se reuniram com a secretária de educação, mas sem atendimento das reivindicações, em assembleia no Eixo Monumental, a categoria decidiu seguir com a luta que tem sido tratada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), com intransigência e repressão.
Já os professores da rede estadual de ensino do Amazonas também aprovaram ontem, em assembleia geral, a deflagração de uma greve geral para a próxima quarta-feira, dia 17. A categoria reivindica o pagamento da data-base dos anos 2022 e 2023, o reajuste da defasagem salarial na ordem de 25% e os retroativos dos anos 2020 e 2021 e plano de saúde para os profissionais já aposentados.
A CSP-Conlutas está junto com os trabalhadores e trabalhadoras da Educação e reafirma toda solidariedade e apoio às lutas!
Com informações e foto do Sepe-RJ
Fonte: CSP-Conlutas