Com todo o histórico de luta e protagonismo dos trabalhadores, foi a vez dos companheiros e companheiras na cooperativa Uniforja, em Diadema, receberem a ‘Tribuna na Mão’ do presidente dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges, e de diretores da Executiva do Sindicato na última quarta-feira, dia 21.
“Toda a semana fazemos essa política de olho no olho com a nossa base. A Uniforja tem uma história muito interessante, os trabalhadores assumiram o controle da fábrica via cooperativismo depois da falência da Conforja e conseguiram manter a produção viva, gerando emprego e renda”, ressaltou Moisés.
O coordenador da Regional Diadema, Antônio Claudiano da Silva, o Da Lua, também reforçou o exemplo da fábrica recuperada pelos trabalhadores por meio da autogestão.
“Estivemos na Uniforja, onde a maioria é cooperada e uma parte dos trabalhadores é celetista, para dialogar e saber como está a situação, as dificuldades e para que possamos atuar sempre próximos da realidade do chão de fábrica”, afirmou.
Referência
CSE José Gildo Lucas de Sales, a Diretoria Executiva estar presente nas fábricas é essencial para dialogar com os trabalhadores e para sempre lembrar da força do cooperativismo.
“A Conforja era uma empresa referência e quebrou devido à má administração. Junto ao Sindicato e o empréstimo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), conseguimos fundar a cooperativa, que também é referência no mundo todo”, destacou.
Novo CSE
Junto a Gildo, o CSE eleito no 1º turno da eleição do Sindicato, nos dias 14 e 15 de março, contará com um novo dirigente, Alison dos Santos. Com 27 anos de casa, assumirá o primeiro mandato para representar os trabalhadores no chão de fábrica.
“Sempre participei indiretamente, agora é emocionante. Lia a Tribuna e via as pessoas na luta. Quero poder dar a minha contribuição, ajudar com as questões sobre condições de trabalho e de entender o nosso papel na sociedade. Também é importante passar para a nova geração de trabalhadores esse sentimento de luta, temos uma história muito bonita na Uniforja para ser divulgada”.
São cerca de 280 trabalhadores na cooperativa, que produzem forjados em aço.
História de luta
A trajetória da Uniforja se tornou um marco na história da categoria depois que metalúrgicos da falida Conforja receberam integralmente seus direitos trabalhistas e passaram a ser donos da fábrica, uma das maiores forjarias do Brasil, quebrada em 1997 por ineficiência do patrão.
Na ocasião, o Sindicato defendeu a formação da cooperativa e parte dos trabalhadores assumiu a proposta ao arrendar a fábrica. A compra do parque fabril aconteceu em 2003 com um empréstimo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), já quitado.
Em 2009, a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) comprou o prédio da administração e um terreno de 45 mil metros onde ficava o antigo grêmio. Com isso, foi possível pagar o restante dos direitos.