A massa salarial dos metalúrgicos de São José dos Campos e região atingiu R$ 2,5 bilhões, em 2022. O valor é 9% superior ao calculado em 2021 (R$ 2,3 bi), de acordo com estudo do Ilaese (Instituto Latino-americano de Estudos Socioeconômicos).
Somente o 13º salário da categoria injeta, em 2022, R$ 213,7 milhões na economia. Mais da metade desse montante (R$ 107,8 mi) vem do setor aeronáutico, do qual faz parte a Embraer.
Os valores são resultado do trabalho de 31,4 mil metalúrgicos que compõem a base de São José dos Campos, Jacareí, Santa Branca, Igaratá e Caçapava. O estudo do Ilaese considerou dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) e do Novo Caged, do Ministério do Trabalho.
Além do 13º, compõem a massa salarial os rendimentos com reajuste salarial (R$ 248,5 mi), Participação dos Lucros e Resultados (R$ 153,2 mi), processos jurídicos (R$ 15,4 mi), vale-alimentação e refeição (R$ 14,8 mi) e abonos salariais (R$ 4,4 mi).
O estudo contempla, ainda, indenizações recebidas por trabalhadores, como os 480 demitidos pela Caoa Chery, em Jacareí. Juntos, eles foram indenizados em R$ 18,3 milhões.
O aumento na massa salarial da categoria é fruto das mobilizações dos metalúrgicos. Durante os meses de Campanha Salarial, os trabalhadores rejeitaram propostas rebaixadas, fizeram paralisações, aprovaram avisos de greve e conquistaram reajuste salarial, a maioria com aumento real. O índice variou entre 8,83% (reposição do INPC) e 12%. Foram assinados oito convenções e mais de 100 acordos coletivos.
Na Campanha de PLR, graças à disposição da categoria, houve fábricas que voltaram a pagar esse direito após anos, como a Usimaza, a Winnstal e a Usimoren. Na Delta, houve o maior reajuste do benefício na região: aumento de 160%. Na General Motors, os trabalhadores conquistaram R$ 17 mil de PLR e abono.
“O estudo apresenta valores importantes injetados na economia local e nacional, resultado da luta de um Sindicato e uma categoria que historicamente defendem suas reivindicações com muita força e determinação”, avalia o presidente da entidade, Weller Gonçalves.
“Outra reflexão importante é quanto à necessidade de travarmos uma luta política para combater o processo de desindustrialização no país, bem como garantir melhores salários e direitos aos trabalhadores de maneira geral”, conclui.
Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos