PUBLICADO EM 09 de dez de 2025

8° dia de greve: operários na BYD, em Camaçari (BA), denunciam demissões e repressão da PM

Entenda a greve dos operários na BYD e as reivindicações por melhores condições de trabalho e salários justos

8° dia de greve: operários na BYD, em Camaçari (BA), denunciam demissões e repressão da PMA greve dos operários terceirizados da construção civil no canteiro de obras da BYD, em Camaçari (BA), chegou ao 8° dia nesta terça-feira (9), marcada pela forte mobilização dos trabalhadores, mas também por postura antissindical da montadora chinesa e suas terceirizadas, que impuseram demissões arbitrárias e repressão policial.

Os cerca de 2 mil trabalhadores das terceirizadas Falcão Engenharia, Terra Construções, Valtec e Engenova iniciaram a paralisação no último dia 2, reivindicando direitos básicos:

  • adicional de insalubridade de 30%,
  • aumento do auxílio alimentação e transporte,
  • instalação de bebedouros, vestiários e banheiros adequados,
  • além de reforço no transporte interno, já que muitos caminham mais de 4 km dentro da planta.
  • Também denunciam atrasos salariais e cobram a atualização do piso da categoria.

Ontem (8), operários da Falcão denunciaram a demissão arbitrária de, pelo menos, três grevistas.

Os trabalhadores são integrantes do Sindicato Livre dos Trabalhadores da Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial de Camaçari e Região, além de candidatos à CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), que contam com estabilidade provisória prevista na CLT.

As demissões, informadas via Whatsapp, ocorrem apesar de processo de negociação iniciado, que chegou a garantir a instalação de bebedouros como reivindicado e definiu que não haveria retaliação por parte das empresas.

Já nesta terça-feira (9), as empresas enviaram ônibus para buscar os trabalhadores e obrigá-los a entrar na fábrica. Os grevistas foram recebidos com um forte aparato policial, com a Tropa de Choque do governador Jerônimo Rodrigues (PT), utilizando bombas de efeito moral. O carro de som da mobilização também foi apreendido.

Mobilização pela base e histórico de irregularidades

A mobilização ocorre pela base, com apoio do Movimento Luta de Classes, e organizações como a UP (Unidade Popular), já que os sindicatos da Construção Civil e dos Metalúrgicos se recusaram a participar.

Já a BYD coleciona um histórico grave de violações trabalhistas. Em outubro, uma semana após a inauguração da fábrica com presença de Lula, o Sindicato dos Metalúrgicos local denunciou abusos como jornadas superiores a 48 horas semanais, em desacordo com a CLT e com normas básicas de saúde e segurança.

Em 2024, uma força-tarefa do Ministério do Trabalho, Polícia Federal, Ministério Público e Defensoria resgatou 163 trabalhadores chineses submetidos a condições análogas à escravidão durante a construção da planta. No ano anterior, denúncias semelhantes já haviam sido registradas.

Os casos expõem um padrão de superexploração, enquanto a montadora e governos celebram investimentos e projeções de exportação. Já os trabalhadores enfrentam condições degradantes e repressão quando se organizam para exigir direitos básicos.

Todo apoio aos operários da construção civil da BYD!

Mesmo diante da violência policial e repressão, os operários afirmam que a paralisação continua. A CSP-Conlutas reafirma todo apoio à greve dos operários da construção civil terceirizados da BYD.

O STICMB (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Belém – PA), filiado à nossa Central, também expressou todo apoio e solidariedade aos companheiros.

Nos somamos às exigências dos trabalhadores para que as reivindicações por melhores condições de trabalho sejam atendidas, bem como ao repúdio à repressão imposta pela montadora, empresas terceirizadas e o governo Jerônimo Rodrigues (PT).

Fonte: CSP-CONLUTAS com informações: Movimento Luta de Classes – MLC

Leia também: Trabalhadores da Maggion aprovam reivindicações da Campanha Salarial 2026

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