Reunindo representantes de 17 países das Américas, a 7ª Conferência Regional UNI Américas Mulheres ocorreu entre os dia 4 de dezembro, na cidade de La Falda, em Córdoba, Argentina.
A cerimônia de abertura contou com um vídeo comovente mostrando as lutas e triunfos das mulheres sindicalistas ao redor do mundo. Os discursos principais ressaltaram o papel crítico dos sindicatos no avanço da equidade de gênero.
Theresa Mortimer, presidente cessante da UNI Women, refletiu sobre as conquistas passadas, particularmente a defesa da ratificação da Convenção 190 da OIT sobre violência e assédio no local de trabalho. “As mulheres permaneceram unidas e proativas, garantindo a adoção da Convenção para garantir uma sociedade justa para todos”, disse ela.
Christy Hoffman, Secretária Geral da UNI Global Union, elogiou os esforços regionais das mulheres sindicalizadas ao mesmo tempo em que destacou as injustiças persistentes no local de trabalho. “Muitas mulheres trabalhadoras enfrentam assédio e humilhação”, disse Hoffman. “É por isso que os esforços de sindicalização das mulheres na UNI são tão vitais — para melhorar nossos direitos e condições de trabalho. Para a UNI, as questões femininas não são um tópico secundário — elas são centrais para nossa missão.”
Ela destacou as principais prioridades da UNI: promover trabalho decente, garantir emprego formal para mulheres e pressionar pelo equilíbrio entre vida pessoal e profissional. “O caminho para a equidade é longo, mas juntas, podemos alcançar o progresso e a dignidade que todas as mulheres merecem”, concluiu.
Solidariedade e esperança
O tema da Conferência foi “Mulheres com solidariedade em ação, para a esperança coletiva”.
Em torno deste tema, os participantes debateram:
- Representação feminina no movimento sindical: discutindo barreiras enfrentadas e estratégias para superá-las;
- Garantia de locais de trabalho seguros: avanços na ratificação e implementação da Convenção 190 da OIT contra a violência e o assédio, além das conquistas nas negociações coletivas;
- Inclusão e diversidade nos sindicatos: destacando ações contra racismo, homofobia e pela justiça de representação feminina internacional.
- Durante a conferência, o Sentracos foi eleito para o Comitê Mundial de Mulheres e o Comitê Regional de Mulheres, com uma suplente representando o Siemaco-SP, reforçando o protagonismo brasileiro no avanço de pautas inclusivas.
Rosilania Correia Lima, diretora do Sindicato dos Comerciários de SP e representante do Sentracos, e Márcia Adão, secretária-geral do Siemaco-SP, marcaram presença no evento. O presidente e a diretora Social do SINTETEL, Gilberto Dourado e Cristiane do Nascimento, também participaram.
Protocolo de Tolerância Zero
A conferência contou com a apresentação do Protocolo de Tolerância Zero da UNI Americas, que visa abordar o assédio em todas as suas formas, alinhado à Convenção 190 da OIT. Os delegados também receberam uma placa reconhecendo os esforços de igualdade de gênero da UNI Americas, concedida pelo Governo de Córdoba.
Quando a conferência foi concluída, nossa mensagem foi ouvida alta e clara: as mulheres sindicalizadas são uma força formidável para a mudança. Com solidariedade e comprometimento inabaláveis, continuamos a lutar por um futuro onde a igualdade de gênero e a dignidade no local de trabalho sejam inegociáveis.
Leia também:
Comerciário José Gonzaga da Cruz é eleito presidente do Dieese