Conferência Nacional de Saúde: um espaço essencial para discutir novas relações de trabalho e saúde do trabalhador no Brasil.
Após 11 anos, a Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (CNSTT) volta a ser realizada. A quinta edição acontece de 18 a 21 de agosto, em Brasília, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB). O evento é organizado pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) e promovido pelo Ministério da Saúde.
A Conferência se consolida como um espaço fundamental para que trabalhadores e trabalhadoras contribuam diretamente na construção de políticas públicas voltadas à saúde laboral. Nesta edição, os debates serão organizados em três eixos:
- Novas relações de trabalho e a saúde do trabalhador;
- Participação popular na saúde para o Controle Social;
- Política Nacional de Saúde do Trabalhador.
Ampla participação da classe trabalhadora
O processo de preparação para a etapa nacional envolveu um grande movimento democrático em todo o país:
- 1.170 conferências municipais;
- 91 regionais;
- 27 estaduais;
- 114 macrorregionais e
- 54 conferências livres.
Força da classe trabalhadora
Para João Scaboli, dirigente da Fequimfar, que representa a Força Sindical no CNS, a ampla mobilização mostra a força da classe trabalhadora no debate.
“O principal objetivo da Conferência é reduzir o adoecimento nos ambientes de trabalho. É preciso construir uma solução conjunta entre trabalhadores, empresas e governos, com melhorias no planejamento, organização e treinamento dentro dos locais de trabalho”, afirma.
Homenagem
O evento conta com um painel em homenagem ao metalúrgico Arnaldo Gonçalves, que faleceu em novembro de 2024. Sindicalista histórico, Arnaldo era de Santos e atuou intensamente na área de saúde e segurança do trabalhador.
O diretor Luis Carlos de Oliveira, o Luisinho, coordenador dos Departamentos de Saúde do Trabalhador da Força Sindical e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, que também participa da Conferência, posou ao lado do painel junto com Scaboli:
Scaboli e Luisinho na CNS: homenagem à Arnaldo Gonçalves.
Desafios e saúde mental em pauta
Scaboli alerta que a resistência de muitos empregadores em investir em prevenção continua sendo um obstáculo. Segundo ele, tais investimentos representam ganhos não apenas para os trabalhadores, mas também para as empresas, que evitam processos cíveis e criminais. “Os investimentos poupam vidas, salvam famílias e fortalecem as próprias empresas”, destacou.
Entre as mudanças mais visíveis no mundo do trabalho nos últimos 20 anos, o sindicalista aponta o aumento dos casos de adoecimento relacionados à saúde mental.
Nesse sentido, reforça a importância da nova Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que trará diretrizes para o gerenciamento de riscos psicossociais e deverá vigorar a partir de 2026. “Espero que ela não seja novamente postergada, pois é de suma importância para tratar desse tema que tanto aflige os trabalhadores”, declarou.
Além das mesas de debate, a Conferência contará com apresentações culturais, reforçando o caráter participativo e plural do encontro.
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