Foto: Tiago Queiroz
No terceiro trimestre de 2017, dos 13 milhões de brasileiros desocupados, 8,3 milhões eram pretos ou pardos (63,7%), conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada hoje (17) pelo IBGE. A pesquisa mostrou que eles representavam a maioria da população brasileira maior de 14 anos (54,9%) e, além de sofrerem mais com o desemprego, apresentavam rendimento inferior aos dos brancos (enquanto a média de rendimento de pretos e pardos é de R$1.531 o dos brancos é R$2.757).
Índice semelhante teve a taxa de subutilização: das 26,8 milhões de pessoas subutilizadas no Brasil, 17,6 milhões (65,8%) eram pretas ou pardas. A situação se inverte quando mostra o índice de empregadores: somente 33% de empregadores no Brasil eram pretos ou pardos.
No gráfico construído pelo IBGE, com dados da pesquisa, é possível observar que o emprego de trabalhadores pretos e pardos só superou o emprego de brancos na agropecuária, na construção, em alojamento e alimentação e, principalmente, nos serviços domésticos.
Há maior número de pretos e pardos também entre os trabalhadores por conta própria. Isso porque mais de um milhão de trabalhadores desta população atuam como ambulantes, totalizando 66,7% dessa atividade.
Para o coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, tais indicadores uma desigualdade histórica do mercado de trabalho brasileiro, “que vem desde a época da colonização”. Para ele há uma enorme carência de escolarização e de formação de grande parte da população de cor preta ou parda. “Claro que se avançou muito, mais ainda tem que se avançar bastante, no sentido de dar a população de cor preta ou parda igualdade em relação ao que temos hoje na população de cor branca”, destaca.
O uso dos termos “pretos e pardos” obedece à terminologia oficial da pesquisa do IBGE.
Fonte: IBGE 17/11/2017 12:04:24
