PUBLICADO EM 15 de mar de 2018
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‘Criminalização da luta dos trabalhadores é inaceitável’, dizem Força e CTB

Por Fábio Casseb – Na tarde desta quinta-feira (14), ao menos três professores ficaram feridos após o enfrentamento entre a Guarda Civil Metropolitana (GCM) de São Paulo, a Polícia Militar (PM) e professores da rede municipal de ensino, na Câmara Municipal de São Paulo. Força e CTB repudiaram ação em nota.

Os professores faziam uma vigília em frente ao prédio desde o período da manhã na expectativa de participar da sessão em que se discutiria o PL 621, de 2016, do Executivo municipal, que trata da reforma da previdência municipal, conhecido como Sampaprev. Parte dos professores ingressou na Câmara, que teve a entrada fechada, logo em seguida, em razão da lotação da casa.

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De acordo com o Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal, a GCM e a PM utilizaram bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha contra os educadores. A prática foi repudiada veementemente pelas centrais sindicais Força Sindical e CTB.

Em nota, a Força Sindical repudiou e condenou a atitude da PM e GCM que reprimiu com bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha uma manifestação pacífica dos professores. “A criminalização da luta dos trabalhadores é inaceitável e descende da ultrapassada concepção de que movimento social é “coisa de polícia”.”

No texto, assinado pelo secretário-geral da Central, João Carlos Gonçalves (Juruna), a entidade reitera total solidariedade aos professores. “A luta é justa e visa resguardar direitos e interesses legítimos conquistados ao longo de muitas batalhas”.

Já a CTB destaca que o projeto de reforma da previdência do servidor significa um confisco salarial inaceitável e é mais do que compreensível que seja rechaçado pela categoria. “Episódios como este que ocorreu hoje na capital paulista, que infelizmente estão se tornando comum no Brasil pós-golpe, revelam o caráter reacionário dos governos tucanos liderados pela dupla Alkmin e Doria, que agem como inimigos da classe trabalhadora”.

A assessoria de imprensa da GCM informou que a “informação inicial era de um pequeno tumulto na Câmara”. O órgão disse que irá se manifestar em nota mais tarde. A assessoria da PM disse que a ocorrência foi atendida pela GCM e que apenas colaborou.

O prefeito de São Paulo, João Doria, disse que houve uma tentativa de invasão da Câmara Municipal por parte dos professores. Ele considerou que ocorreu excesso “das duas partes”. “Houve uma invasão, isso tem que ficar claro, o que não justifica nenhum tipo de violência, nem da parte de quem invade, nem da parte invadida. A prefeitura, na figura do prefeito, não justifica e não ampara nenhum tipo de agressão. Mas condena a invasão”, disse em entrevista coletiva. Doria disse ainda que a atuação da GCM dentro da Câmara é instruída pela mesa diretora da Casa.

Em nota, a presidência da Câmara disse que atuou para garantir o amplo debate em relação ao PL 621, de 2016, que trata da reforma da previdência municipal. “Tanto que [a Câmara] assegurou o acesso de manifestantes ao plenário onde ocorria a reunião da CCJ e ao auditório externo até a lotação máxima dos dois espaços, para garantir a segurança de todos, inclusive dos próprios manifestantes. Eventuais excessos das forças de segurança que atuam dentro do Legislativo serão apurados”, diz a nota.

 

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